Segundo determinação do TCU, os ministérios da Defesa e da Economia devem explicar gastos militares com dinheiro que deveria ser usado para o combate à Covid-19. Dos recursos extraordinários desembolsados em 2020 pela União contra a pandemia, a Defesa, chefiada pelo general Braga Netto, recebeu R$ 435,5 milhões. Foi gasto, por exemplo, R$ 1 milhão com uniformes
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Também há despesas com R$ 6,2 milhões na manutenção e a conservação de bens imóveis, R$ 1 milhão com uniformes, R$ 225,9 mil com material de cama, mesa e banho, e com R$ 25,5 mil em material de coudelaria ou de uso zootécnico. As estatísticas foram publicadas nesta quarta-feira (4) em reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.
Outros R$ 100 milhões foram para despesas médico-hospitalares com materiais e serviços em hospitais militares, “sem que se tenha prova de que foram gastos em benefício da população em geral, ao invés de apenas atender aos hospitais militares, os quais se recusaram a ceder leitos para tratamento de pacientes civis com covid-19”.
No despacho, o ministro do TCU Bruno Dantas deu 15 dias para que o Ministério da Defesa e o da Economia, de Paulo Guedes, apresentem explicações. Eles deverão esclarecer as orientações às unidades orçamentárias para a execução dos créditos da Saúde.
Os indícios de mau uso da verba vieram à tona em estudo da procuradora Élida Graziane, do Ministério Público de Contas de São Paulo, enviado à CPI da Covid. No relatório, a procuradora destacou ser necessário que a “CPI da Pandemia, o MPF (Ministério Público Federal), o TCU (Tribunal de Contas da União) e o CNS (Conselho Nacional de Saúde) apurem, mais detidamente, a motivação e a finalidade de várias despesas oriundas de recursos do Fundo Nacional de Saúde realizadas por diversos órgãos militares”.
CPI ouve nesta quarta coronel que esteve em jantar com suposto pedido de propina por imunizantes
O tenente-coronel da reserva Marcelo Blanco da Costa entrou na mira da CPI da Covid após ter participado de jantar no qual teria havido um pedido de propina para a negociação de vacinas
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O militar entrou na mira da Comissão Parlamentar de Inquérito após ter participado de jantar no qual teria havido um pedido de propina de US$ 1 em troca da aquisição da vacina AstraZeneca. No Ministério da Saúde, o militar era subordinado a Roberto Ferreira Dias, suposto autor do pedido de propina.
Em depoimento à CPI, no dia 1 de julho, o policial militar Luiz Paulo Dominghetti afirmou que o encontro aconteceu no dia 25 de fevereiro deste ano em um restaurante em Brasília (DF). De acordo com Dominghetti, que se apresenta como um vendedor de vacina por intermédio da empresa Davati, Marcelo Blanco foi quem o levou para o jantar.