Roma obriga o ex-bispo Bransfield a devolver o dinheiro que gastou em uma vida de luxo e em subornos a Dolan, Burke e Viganò

Bransfield era o presidente da fundação papal fundada pelo ex-cardeal McCarrickexpulso do Colégio Cardinalício por Francisco depois de se comprovar que abusou sexualmente de várias pessoas durantes décadas.

prelado realizava doações milionárias, com dinheiro da diocese, aos cardeais DolanBurkeWuerl ou ao ex-núncio papal Carlo Maria Viganò, um dos mais destacados opositores do papa Francisco.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 21-08-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Michael J. Bransfield, ex-bispo de Wheeling-Charleston deposto pelo papa Francisco, deverá pedir desculpa pessoalmente aos seminaristas que o acusam de abuso, e terá que devolver quase meio milhão de dólares (441 mil) por desviar dos fundos diocesanos para gastos de luxo, como restaurantes, aviões privados e hotéis.

Assim se desprende da sanção emitida pela Congregação de Bispos, que investiga o antigo prelado, sobre o que pesa dupla acusação de abuso sexual e irregularidades financeirasBransfield, ademais de levar uma vida de luxo, enviava “presentes” em forma de milhares de dólares e bispos e cardeais para comprar cumplicidade. Bransfield era o presidente da fundação papal fundada pelo ex-cardeal McCarrick, expulso do Colégio Cardinalício por Francisco depois de se comprovar que abusou sexualmente de várias pessoas durante décadas.

Desculpas com matizes

Em um comunicado, o atual bispo, Mark E. Brennan, fez eco da decisão vaticana, ao mesmo tempo em que o site da diocese também publica uma desculpa de Bransfield, que pede perdão por “qualquer escândalo causado pelas palavras e ações que me atribuem”. Na nota, o ex-bispo admite que durante seu mandato “alguns gastos excessivos foram reembolsados” ainda que, matiza, “acreditava que eram adequados”.

O bispo emérito deverá, em primeiro lugar, “desculpar-se publicamente com o povo da diocese de Wheeling-Charleston pelo escândalo que criou”, e também “desculpar-se em privado com alguns indivíduos que o acusaram de abuso e assédio”.

Em segundo lugar, Bransfield “deve reembolsar à diocese de Wheeling-Charleston a soma de 441 mil dólares pelos benefícios não autorizados recebidos de recursos diocesanos”. Tais fundos “somar-se-ão aos já reservados da venda de sua antiga residência para a assistência às vítimas de abusos”.

Seguirá recebendo um salário mensal

O prelado receberá 2.250 dólares por mês como salário mensal, um terço do que se oferece a um bispo retirado. A quantidade foi “recomendada” pela Conferência de Bispos dos Estados Unidos, que também determinou que o bispo não receberá outros benefícios, como uma secretaria ou reembolso dos gastos de viagem.

A intervenção vaticana veio depois de uma investigação do The Washington Post, que falava de um desperdício que poderia superar os 2,4 milhões de dólares da diocese. O jornal também publicou as transferências que Bransfield fez, entre outros, aos cardeais DolanBurkeWuerl ou ao ex-núncio papal Carlo Maria Viganò, um dos mais destacados opositores ao papa Francisco.

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fonte: http://www.ihu.unisinos.br/602116-roma-obriga-o-ex-bispo-bransfield-a-devolver-o-dinheiro-que-gastou-em-uma-vida-de-luxo-e-em-subornos-a-dolan-burke-e-vigano

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