Promovida por partidos de oposição, manifestação enfatiza que o presidente coloca a democracia brasileira em risco e não combate a pandemia de coronavírus de forma efetiva
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Entidades e partidos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro promoveram neste domingo, 28 de junho, o protesto “Stop Bolsonaro” (em português, ”Parem Bolsonaro”) em São Paulo e Brasília, nas redes sociais e em mais de 20 países ―como Espanha, Itália e Alemanha. Os atos enfatizaram a ameaça à democracia brasileira feita pelo mandatário e seus apoiadores, assim como a falta de uma resposta efetiva por parte do Governo Federal à pandemia de coronavírus ―que até este sábado já deixou mais de 57.000 mortos e 1,3 milhão de contagiados no Brasil, de acordo com os dados oficiais.
O movimento foi promovido por partidos como o PT e o PCdoB, além de movimentos sociais como o MST, sindicatos como a CUT, entre outras entidades e coletivos. As hashtags #StopBolsonaro e #StopBolsonaroMundial chegaram a ficar entre os assuntos mais comentados no Twitter no Brasil na manhã deste domingo. Em Brasília, manifestantes colocaram cruzes na Esplanada dos Ministérios para simbolizar as mortes causas pelo coronavírus e o descaso do Governo com a pandemia. Em São Paulo, opositores se reuniram na avenida Paulista.
Como resposta, bolsonaristas promoveram a hashtag #GoBolsonaroMundial e fizeram atos pró-intervenção militar em São Paulo e Brasília. Os manifestantes também protestaram contra o Supremo Tribunal Federal, que investiga os atos antidemocráticos, e pediram a soltura de ativistas extremistas.
O ato “Stop Bolsonaro” ocorre dois dias depois do ato virtual promovido pelo movimento Direitos Já, que reuniu cerca de 140 líderes políticos, artistas e intelectuais de diversas correntes ideológicas. De acordo com pesquisa Datafolha publicada também neste domingo, o apoio à democracia cresceu em meio às ameaças que partem do governo Bolsonaro e de pessoas próximas ao presidente. Das 2.016 pessoas entrevistadas entre os dias 23 e 24 de junho por telefone, 75% disseram considerar o regime democrático o mais adequado. Por outro lado, 10% afirmaram que uma ditadura é aceitável.
A mesma pesquisa de opinião identificou que 78% dos brasileiros consideram que o regime militar (1964-1985) foi uma ditadura, enquanto 13% não veem dessa forma e 10% não sabem. Além disso, 62% consideram que o legado da ditadura é negativo ―em fevereiro de 2014, esse era o pensamento de 46%.
“Stop Bolsonaro” tem atos realizados em Brasília e cidades europeias
O movimento liderado por partidos de oposição ao governo Bolsonaro também ocorreu virtualmente através de hashtags. Protestos foram registrados em países como Áustria, Suíça, Alemanha e Reino Unido
28/6/2020
Sputnik Brasil – Neste domingo (28), manifestantes fizeram um ato simbólico contra o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, em Brasília, em frente ao Congresso Nacional. Protestos semelhantes foram realizados em cidades europeias.
Os manifestantes mantiveram distanciamento social e colocaram cruzes em frente ao prédio do Congresso para lembrar os mais de 57 mil mortos na pandemia do novo coronavírus no Brasil.
A manifestação faz parte de um movimento internacional nomeado de “Stop Bolsonaro” (Pare Bolsonaro), que realizou atos em diversas cidades do mundo em protesto contra o presidente brasileiro.
O movimento liderado por partidos de oposição ao governo Bolsonaro também ocorreu virtualmente através de hashtags. Protestos foram registrados em países como Áustria, Suíça, Alemanha e Reino Unido.
Atos semelhantes têm acontecido aos domingos ao longo das últimas semanas nas capitais brasileiras. Os mais recentes têm ecoado protestos contra o racismo, deflagrados no mundo inteiro após o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos. Os protestos também denunciam o aumento de mortes por intervenção de agentes do Estado em estados brasileiros como São Paulo e Rio de Janeiro.
Manifestações favoráveis ao presidente brasileiro também têm sido realizadas nas capitais brasileiras, assim como neste domingo (28), em Brasília. Os manifestantes pró-Bolsonaro levaram faixas e cartazes pedindo intervenção militar.
O Brasil é hoje o segundo país do mundo com mais mortes e casos confirmados do novo coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, o Brasil acumula 1.313.667 casos e 57.070 mortes causadas pela COVID-19.
Ato em Portugal
Portugal também aderiu ao movimento. A manifestação em Lisboa se realizou na famosa praça do Rossio, ponto emblemático da cidade, e contou com o apoio de deputados portugueses de partidos de centro-esquerda. Os manifestantes ocuparam o espaço respeitando as distâncias de segurança e usando máscaras.
“Existe hoje a necessidade de se dizer mundo afora o que se passa no Brasil. É um desgoverno com o Brasil. Não gritamos fora Bolsonaro apenas pelas mortes, mas porque é um governo nomeadamente fascista, racista, minimiza os efeitos da COVID-19 e também dá toda a guarida ao neoliberalismo. É um governo genocida”, diz à Sputnik Brasil o economista Raphael Reis, membro do núcleo do Partido dos Trabalhadores (PT) em Lisboa, uma das entidades organizadoras do evento.
fonte: https://www.brasil247.com/brasil/stop-bolsonaro-tem-atos-realizados-em-brasilia-e-cidades-europeias