Uma vez confirmado que o Papa Francisco recebeu a vacina (BioNTech-Pfizer) nesta quarta-feira, dia 13 de janeiro, no posto do Vaticano para as vacinações anti Covid-19 dos funcionários ativos e aposentados da Santa Sé (junto à entrada da Sala Paulo VI), isso significa que daqui a três semanas terá que retornar para a segunda dose e, portanto, deveria estar imune a partir de 11 de fevereiro.
A informação é publicada por Il Sismografo, 13-01-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Este fato remove um obstáculo atual muito importante para a viagem apostólica planejada ao Iraque de 5 a 8 de março e onde ontem continuou a visita da equipe de segurança do Vaticano a Mosul. Essa inspeção não diz respeito apenas às questões de segurança do Papa, mas também aos perigos da epidemia que ocorre em todo o mundo.
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fonte: http://www.ihu.unisinos.br/606134-papa-francisco-e-as-vacinas-para-imunizacao-anti-covid
Papa diz que pandemia exacerbou desigualdades em muitos sistemas de saúde
Em sua mensagem para o Dia Mundial do Doente de 2021 [disponível aqui], Francisco deplora o fato de que “os idosos e os mais frágeis e vulneráveis” nem sempre têm assistência médica garantida.
A reportagem é de Loup Besmond de Senneville, publicada por La Croix International, 13-01-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O Papa Francisco pediu que os líderes políticos invistam nos sistemas de saúde. Esse é apenas um dos principais pontos que o papa levanta em sua mensagem para o próximo Dia Mundial do Doente da Igreja Católica, que é celebrado anualmente na festa de Nossa Senhora de Lourdes, no dia 11 de fevereiro.
Este ano, o evento ganha uma ressonância especial no contexto da crise global de saúde.
“A atual pandemia colocou em evidência tantas insuficiências dos sistemas sanitários e carências na assistência às pessoas doentes”, diz o papa na nova mensagem, que foi publicada no dia 12. “Viu-se que, aos idosos, aos mais frágeis e vulneráveis, nem sempre é garantido o acesso aos cuidados médicos, ou não o é sempre de forma equitativa.”
“A saúde é um bem comum primário”
Francisco enfatiza que essa falta de acesso “depende das opções políticas, do modo de administrar os recursos e do empenho de quem se reveste de funções de responsabilidade”.
“O investimento de recursos nos cuidados e assistência das pessoas doentes é uma prioridade ditada pelo princípio de que a saúde é um bem comum primário”, reitera.
Desde o início da pandemia, o papa tem questionado regularmente se recursos humanos e financeiros adequados foram dedicados aos sistemas de saúde. Ele também sublinhou que a saúde é “um bem comum”.
É o caso, notadamente, da vacina anti-Covid, que ele considera que faz parte dessa lógica universal.
“A doença tem sempre um rosto, e até mais do que um: o rosto de todas as pessoas doentes, mesmo daquelas que se sentem ignoradas, excluídas, vítimas de injustiças sociais que lhes negam direitos essenciais”, escreve Francisco na nova mensagem.
“O mal da hipocrisia”
Para ele, o Dia Mundial do Doente é um “momento propício para prestar uma atenção especial às pessoas doentes e a quem as assiste”.
Ele insiste em particular na fraternidade. O tema escolhido para este dia é “Um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos”, frase tirada do Evangelho segundo São Mateus.
O papa espera que este dia também seja uma oportunidade para os cristãos se conscientizarem da necessidade de fazer algo pelos seus próximos.
“Quando a fé fica reduzida a exercícios verbais estéreis, sem se envolver na história e nas necessidades do outro, então falha a coerência entre o credo professado e a vida real. O risco é grave”, diz Francisco.
Ele adverte contra toda “hipocrisia”, dizendo que “ninguém está imune do mal da hipocrisia, um mal muito grave”.
“A experiência da doença faz-nos sentir a nossa vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, a necessidade natural do outro”, acrescenta o papa.
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