Doação marca lançamento da campanha Natal sem Fome
Fonte: Correio 24 horas
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As doações foram feitas no domingo (18), data em que foi lançada a campanha Natal Sem Fome. A expectativa é que a ação, que ocorrerá até dezembro, arrecade mais de 10 milhões de reais para o combate à fome em todo o país.
Presidente da ONG Ação da Cidadania, Daniel Souza falou sobre a campanha e ressaltou a importância de ter as Osid como uma das instituições beneficiadas.
“É com o objetivo de ajudar as famílias carentes a terem um Natal mais digno que a Ação da Cidadania firmou esta parceria com as Obras Sociais Irmã Dulce há pelo menos 18 anos. Além de comemorarmos o primeiro ano de canonização dela, é com muita alegria ter as Obras entre as entidades beneficiadas em Salvador”, destacou.
Esse ano, a campanha Natal Sem Fome adotou o lema Com o lema “Quem tem fome, tem pressa” e espera ajudar a população de rua do país. Segundo o IBGE, o Brasil tem, hoje, cerca de 80 milhões de pessoas vivendo com algum grau de insegurança alimentar.
“Precisamos parar estes números, não só no Natal e sim para sempre. É muito triste você não ter o que comer e passar fome. Nós estamos em constantes campanhas realizadas pela Ação da Cidadania, justamente para ajudar quem precisa, mas precisamos de apoio de políticas públicas para resolver o problema de forma definitiva. É inadmissível entrarmos mais uma vez no mapa da fome, com aumento de extrema pobreza e com tantas pioras ano após ano, desde quando saímos do mapa da fome da ONU em 2014.”, destacou Kiko Afonso, diretor executivo da entidade.
“Queremos mobilizar a população de Salvador a participar do Natal sem Fome, incentivando as pessoas a exercerem sua cidadania, ajudando substancialmente no objetivo da campanha, através da doação de alimentos não perecíveis, levando assim um pouco de alegria e solidariedade a milhares de famílias necessitadas”, completou Raimundo Bandeira, coordenador executivo do Comitê Salvador da Ação da Cidadania.
Natal sem fome busca parcerias para atender 7.300 famílias MG
20 de Outubro de 2020 ·
Fonte: Gazeta Norte Mineira
A crise socioeconômica causada pela pandemia do novo coronavírus agravou o problema da insegurança alimentar para as populações mais pobres do país e atenta a essa situação, a Campanha Natal Sem Fome fez a ação de conscientização. Ao lado de uma ampla faixa com os dizeres Natal sem Fome, as pessoas que passarem pelo local foram sensibilizadas para a problemática da fome e convidadas a doar alimentos ou dinheiro para compra de cestas básicas que ajudarão a enfrentar a situação. A iniciativa teve lançamentos em vários estados do país no mesmo dia.
Além de arrecadar alimentos não perecíveis para a população em situação de vulnerabilidade social, a edição deste ano pretende ainda conscientizar e orientar a sociedade sobre o direito a uma alimentação saudável e à segurança alimentar e nutricional, bem como fortalecer a rede Ação da Cidadania e resgatar a história e os valores do sociólogo Herbert de Souza (Betinho), idealizador da Campanha. Em âmbito nacional a ação conta com a parceria de duas agências da ONU, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA).
A meta de arrecadação para Minas Gerais e Espírito Santo é de 7.395 toneladas de alimentos. Para o Inec, cuja atuação abrange toda a região Nordeste e Norte de Minas Gerais e Espírito Santo, a meta é arrecadar 120 toneladas. Qualquer pessoa pode participar individualmente ou com a arrecadação e doação em grupos. Empresas podem também fazer suas doações. Os interessados podem acessar www.inec.org.br/natalsemfome ou www.natalsemfome.org.br e contribuir com qualquer valor, que será revertido para compra de cestas básicas.
No ano passado, a Campanha arrecadou 941.706 quilos de alimentos nacionalmente. Em Minas Gerais e no Espírito Santo, mais de 1000 famílias foram beneficiadas. Até o final da campanha, o Inec também promoverá uma série de lives no Instagram, com temas associados à segurança alimentar, nutrição, cultivo de hortas urbanas, entre outros. No dia 10 de novembro, será realizada uma transmissão especial no canal do Inec no Youtube (https://www.youtube.com/user/CanalINEC), com o objetivo de estimular a doação em dinheiro e envolver colaboradores, parceiros e público beneficiário.
Segundo “O Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo 2020 (SOFI)”, relatório anual sobre a fome no mundo desenvolvido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 2019, quase 690 milhões de pessoas (8,9% da população mundial) passaram fome, ou seja, cerca de 10 milhões a mais que em 2018. Desse total, 47,7 milhões de pessoas estavam na América Latina e no Caribe. De acordo com as projeções do estudo, com a pandemia, mais 132 milhões de pessoas devem ser lançadas para a situação de fome crônica até o final deste ano. O estudo alerta que o mundo corre o risco de não atingir mais o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 2 da Agenda 2030, referente à fome zero.
O compromisso com a erradicação da fome foi assumido por diversos países na 70º Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro de 2015. Na ocasião, foi estabelecida a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Para tanto, foram anunciados 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O segundo ODS propõe acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. Porém, os números atuais mostram que esse objetivo está ainda mais distante de acontecer.
No Brasil, de 2016 a 2019, a população afetada pela insegurança alimentar moderada e aguda aumentou de 37,5 milhões para 43,1 milhões, ainda segundo o relatório. Contudo, esses números ainda não consideram os impactos socioeconômicos da crise do novo coronavírus, o que pode torná-los ainda mais alarmantes. Além de o Brasil estar na iminência de voltar a figurar entre os países presentes no Mapa da Fome, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciado em setembro, mais de 80 milhões de brasileiros vivem com algum grau de insegurança alimentar, e mais da metade dos domicílios no Brasil com insegurança alimentar são chefiados por mulheres.
O IBGE apontou ainda que lares chefiados por mulheres e negros passam mais fome e que mais da metade dos domicílios do Norte e Nordeste estão em insegurança alimentar. O Brasil ainda deve alcançar a marca negativa de 14,7 milhões de pessoas vivendo na extrema pobreza, o que corresponde a 7% da população, até o fim de 2020, segundo o Banco Mundial. O Mapa da Fome é uma publicação da ONU que apresenta a relação de países que possuem mais de 5% da população total em situação de subnutrição. Para a ONU, por “subnutrição” entende-se a condição em que se encontra uma pessoa cujo consumo habitual de alimentos não é suficiente para lhe fornecer a energia dietética de que necessita para levar uma vida normal, ativa e saudável.