Nota de Solidariedade e Desagravo
Somos criaturas de Deus, feitas à sua imagem e semelhança,
dotadas de uma dignidade inviolável e chamadas à vida
eterna. Sempre que se diminui o homem, é o mundo que nos
rodeia que fica diminuído; perde o seu significado último e
falha o seu objetivo. O que daí decorre é uma cultura, não da
vida, mas da morte. Como se pode considerar isto um
“progresso”? Bento XVI, homília, 17.7.2008
A Comissão Regional de Justiça e Paz de Mato Grosso do Sul, tomando conhecimento do fato ocorrido na cidade de Bonito – MS, a partir de matérias jornalísticas que podem ser encontradas nos seguintes links: Professora do Mato Grosso do Sul é coagida por “menosprezar agronegócio” em sala de aula (ojoioeotrigo.com.br) – Professora de Mato Grosso do Sul é coagida por “menosprezar agronegócio” em sala de aula (brasildefato.com.br) , Os números mostram: agronegócio recebe muitos recursos e contribui pouco para o país (ojoioeotrigo.com.br). Percebeu-se que a Professora daquela cidade, cumprindo seu papel de levar aos estudantes temas do cotidiano, que a nosso ver, trata-se da dignidade humana e do cuidado com a Casa Comum, levando a uma reflexão crítica sobre a realidade que os cercam. Esta, teve sua aula gravada indevidamente. O que acarretou em represálias envolvendo representantes públicos e forças de segurança, que podem dar características de coerção. A realidade ambiental do Mato Grosso do Sul é sensível como se ilustra as informações:
O Ministério Público Estadual – MPE, conforme matéria em site de notícia, pede ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul – Imasul, que não conceda licenças para fazenda que degradou o Rio Formoso: MP pede que Imasul não conceda licenças para fazenda que degradou o Rio Formoso – Meio Ambiente – Campo Grande News.
As Campanhas da Fraternidade, desde de 2018 nos provocam com temas para a superação da violência com políticas públicas (CF2019); ética do cuidado (2020); atitude de diálogo (CF 2021) e para o próximo ano apresenta o lema: “educando-nos para o cuidado dialogal, nas relações interpessoais, e para o compromisso socioambiental” para nos educarmos para a redescoberta das motivações mais profundas ao próprio ato de educar.
Desta forma queremos externar nossa solidariedade à professora, defender sua liberdade de cátedra e cobrar esclarecimentos de possíveis intervenções com uso do poder pública para interesses privados. Não podemos concordar, pelo que nos apresentam as matérias jornalísticas, que o ato de educar seja tratado como caso de polícia. Externamos nosso profundo desagravo a tal atitude.
Edivaldo Bispo Cardoso
Secretário Executivo
Comissão Regional de Justiça e Paz de Mato Grosso do Sul – CRJP/MS
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