Segundo o levantamento do Metrópoles, os gastos cresceram em todos os anos do governo Bolsonaro. Em 2021, já foram pagos R$ 77 milhões
247 – O Ministério da Defesa e órgãos subordinados gastaram R$ 610 milhões com empresas pertencentes a militares reformados ou da reserva entre 2018 e o primeiro semestre deste ano.
Segundo o levantamento do Metrópoles, os gastos cresceram em todos os anos do governo Bolsonaro. Foram R$ 169 milhões em 2018, antes de Bolsonaro tomar posse, R$ 180 milhões em 2019 e R$ 183 milhões no ano passado. Em 2021, já foram pagos R$ 77 milhões.
“A empresa pertencente a um militar que mais recebeu recursos no período analisado foi contemplada com R$ 66 milhões em contratos com o Fundo Aeronáutico. Ela pertence a um tenente-brigadeiro-do-ar reformado e tem sede no Rio de Janeiro (RJ). Os recursos dizem respeito a três contratos firmados com inexigibilidade de licitação para serviços técnicos especializados de manutenção para sistema integrado de torres de controle”, diz a reportagem do site.
“O segundo lugar é de uma empresa de Juiz de Fora (MG), que conta com um coronel da reserva no quadro social. Ela recebeu R$ 48 milhões em três anos e meio, dos quais R$ 47 milhões do Fundo do Exército e o restante do Comando do Exército. Ela também foi contratada com inexigibilidade de licitação para a prestação complementar de serviços médicos-hospitalares para beneficiários do Sistema de Atendimento Médico-hospitalar aos Militares do Exército, Pensionistas Militares e seus Dependentes (Sammed)”, prossegue.
O levantamento não leva em conta fundações privadas. Caso elas fossem incluídas, o total repassado a ex-militares subiria para R$ 886 milhões nos últimos três anos e meio.
“Quando o militar passa para a reserva, existem restrições, mas menores do que quando ele está na ativa. Ele pode aparecer como administrador da empresa, mas ele não pode, em tese, fazer uso das facilidades que o fato de ter sido militar traz para contratar com Exército, Aeronáutica ou Marinha”, explica o advogado especialista em direito constitucional Acácio Miranda.
BRAÇO FORTE, E-MAIL AMIGO
Os militares se aprontam para a eleição do ano que vem.
Este texto foi publicado originalmente na newsletter do Intercept Brasil.
UM ALTO OFICIAL do Exército mandou que fosse distribuído esta semana um questionário elaborado por três instituições privadas e que servirá para “criar condições objetivas para o Brasil proporcionar um futuro de justiça e felicidade ao povo brasileiro”. O e-mail, enviado por um coronel a pedido do general Valério Stumpf Trindade, comandante militar do Sul, encaminha uma pesquisa de algo chamado de “Projeto Nação”.
Sim, é exatamente o que você pensou: uma espécie de plano de governo para o país, elaborado com a colaboração de militares da ativa por institutos privados que pertencem, também, a militares. Ele nasceu das mentes de um militar de extrema direita chamado Luiz Eduardo Rocha Paiva e de uma figura da várzea política chamada Thomas Korontai.
Korontai vive em Curitiba, tentou ser candidato a presidente da República em 2018 (mesmo sem ter um partido legalmente registrado) prometendo extinguir o MEC, encabeça um tal Instituto Federalista e espalha fake news sobre o voto eletrônico no Brasil e a fraude inventada eleitoral por Donald Trump nos EUA aos poucos seguidores que possui nas redes sociais.
Mas o nonsense se revestiu de alguma seriedade quando foi abraçado pelo Instituto Villas Bôas, criado pelo general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante geral do Exército, autor do tweet que ameaçou o Supremo Tribunal Federal na véspera do julgamento de um habeas corpus de Lula, em 2018. Jair Bolsonaro já disse que foi Villas Bôas quem o elegeu presidente em outubro daquele ano.
O site do Instituto Federalista dá uma pista de como Villas Bôas entrou na jogada: “Através do Instituto Sagres, tivemos conhecimento [de] que o general Villas Boas, ex-comandante do Exército, sentia a necessidade e trabalhava no sentido de criar um instituto [e] que entre suas finalidades estava a elaboração do referido projeto. Assim, as três entidades uniram-se com o objetivo de elaborar um projeto de nação para o Brasil”.
Os militares e seus negócios
O Instituto Sagres é uma empresa fundada por militares da reserva para ganhar dinheiro em Brasília. Uma entre várias, como, por exemplo, o Instituto Força Brasil, investigado no inquérito das fake news e, desde a quinta passada, suspeito de participar de negociatas na compra de vacinas pelo governo Bolsonaro.
O Sagres diz fazer “pesquisas em política e gestão estratégica” e formalmente é uma organização da sociedade civil de interesse público, o que lhe garante inúmeras benesses tributárias. Na prática, faz lobby – produziu publicações patrocinadas pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais – e vende enigmáticos serviços de consultoria a órgãos públicos, majoritariamente. Também já andou enroscado na operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas.
Tem também ligações partidárias com a extrema direita: um ex-presidente (e atualmente membro do conselho consultivo) coordenou a bancada legislativa do PSL no Rio Grande do Sul e aventou uma candidatura a prefeito no interior do estado. Mas quem interessa para nossa história é o “diretor de geopolítica e conflitos”: o general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva.
Fã do torturador Brilhante Ustra, Rocha Paiva é dado a chiliques golpistas. No mais recente, de 8 de março passado, afirmou – em texto reproduzido pelo Clube Militar – que “aproxima-se o ponto de ruptura” após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin que retirou da Justiça Federal de Curitiba os processos contra Lula, “uma criatura deplorável”.
É justamente Rocha Paiva o responsável pela “Concepção do Projeto Nação”, expressa num PowerPoint de causar inveja a Deltan Dallagnol e disponível no site do Sagres. O documento de 11 páginas é um amontado de platitudes que não se aprofunda em coisa nenhuma, mas deixa entrever temas caros à extrema direita. Na projeção otimista, produzirá uma conclusão em fins de 2021, a tempo, portanto, de alimentar uma candidatura presidencial – ou ser vendida a algum incauto (como o governo).
É para municiar tal conclusão que servirá a pesquisa distribuída por ordem do general Stumpf. E tão ou mais importante que ela é o uso de um canal oficial e do prestígio do Exército para dar propulsão a um negócio que deveria ser privado e correr fora do ambiente da caserna.
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Eu telefonei ao coronel Brisolla, o autor do e-mail, para lhe perguntar a respeito. Ele se mostrou contrariado ao saber que o e-mail havia vazado. “Só mandamos para aqueles que são da nossa rede de colaboradores”. Mas acabou falando – talvez até demais.
“[A pesquisa] É para formação de um cenário prospectivo, que vai dar condições para ajudar o público privado e a área pública. Trabalhamos no Exército com planejamento estratégico. Esse instituto [Sagres] quem compôs são militares. E [também o instituto] do general Villas Bôas. A gente tem ligação com esses institutos que trabalham com gestão política e administração”.
Brisolla foi adiante: “Planejamento é para a nação, não para partido político. Somos totalmente contra a política, políticos. Não temos viés ideológico”, garantiu-me, deixando claro qual o viés ideológico e o futuro – nada democrático – que imagina para a nação.
Valério Stumpf Trindade é um general de quatro estrelas que nasceu e fez boa parte da carreira no Sul do país – ou no Terceiro Reich, jargão interno usado para se referir a militares do Terceiro Exército, atual Comando Militar do Sul. É tido como sujeito extremamente conservador. E, como veremos, leal a suas raízes.
O Rio Grande do Sul é um estado onde o Exército sempre teve presença marcante, em tamanho e influência, por causa da fronteira porosa com Uruguai e Argentina. Não à toa, é terra natal dos ditadores Emílio Garrastazu Médici, Artur da Costa e Silva e Ernesto Geisel. Também são gaúchos Eduardo Villas Bôas e outro personagem importante nesse quebra-cabeças, Sérgio Etchegoyen.
O buraco em que atiraram o país aparentemente não fez os militares recuarem de seu projeto político.
Etchegoyen é amigo de infância de Villas Bôas (ambos nasceram em Cruz Alta), de quem se tornou uma espécie de guarda-costas após vê-lo acometido pela triste doença degenerativa que hoje o faz dependente de um respirador artificial. Foi também responsável por revisar e sugerir alterações no livro-entrevista em que Villas Bôas narrou suas memórias.
Além disso, Etchegoyen era chefe do estado-maior do Exército (espécie de número dois da força) quando foi um dos fiadores da derrubada de Dilma Rousseff – por quem passou a nutrir profundo rancor após a inclusão do nome do pai dele no relatório da Comissão Nacional da Verdade – e do governo tampão de Michel Temer. Deixou o posto para assumir o Gabinete de Segurança Institucional, o GSI, recriado por Temer. E em dado momento chamou, para ser seu secretário-executivo, o general Stumpf.
Etchegoyen e Villas Bôas são dois dos pontas de lança do movimento que abraçou o capitão reformado Jair Bolsonaro, dono de uma lamentável ficha funcional na força, para recolocar o Exército na política brasileira. Outro é Augusto Heleno, atual titular do GSI, onde Villas Bôas tem cargo de assessor especial. Tudo em casa.
O governo dos militares deu no que estamos vendo: 540 mil mortes por covid-19, boa parte delas evitável, graças à combinação de burrice, teorias da conspiração, negação da ciência, defesa de tratamentos sem eficácia nenhuma e suspeitas em série de corrupção na compra de vacinas, com uma penca de coronéis – e talvez um general – envolvidos. Mas o e-mail descabido e desavergonhado do general Stumpf indica que o buraco em que atiraram o país aparentemente não fez os militares recuarem de seu projeto político ou os tornou mais zelosos da separação desejável entre negócios públicos e privados. Muito pelo contrário.
Enviei perguntas ao comando-geral do Exército sobre o uso da ascendência e do prestígio da corporação para um projeto político dos institutos privados. Não houve resposta.
Correção: 17 de julho, 13h52
Uma versão anterior deste texto informava incorretamente que o Eduardo Villas Bôas tuitou ameaçando o Supremo Tribunal Federal em 2016. Na verdade, a postagem foi em 2018. O texto foi corrigido.
fonte: https://theintercept.com/2021/07/17/braco-forte-e-mail-amigo/
A mamata veste farda? Quem são os militares com mulher e filhos empregados no governo federal
Publicado no Brasil de Fato
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Pelo menos sete filhos, filhas, pai, irmãos e parentes em geral de militares com cargos no primeiro escalão do governo federal foram nomeados a cargos públicos de confiança da administração federal desde o início do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), em janeiro de 2019.
No último dia 9, o Brasil de Fato publicou reportagem que mostra dez casos de suspeita de corrupção e crimes envolvendo militares ligados aos Bolsonaro que foram denunciados desde 2019, quando o ex-capitão do Exército assumiu a Presidência da República:
Publica-se, agora, a lista de contratações do governo Bolsonaro que beneficiam ou beneficiaram parentes de militares.
No início da tarde da última segunda-feira, o Brasil de Fato entrou em contato com o Exército Brasileiro a com o Ministério da Defesa, a quem estão subordinadas as três Armas nacionais. A reportagem questionou se existe algum tipo de protocolo ou procedimento interno para o preenchimento de vagas de confiança no Poder Executivo por parte de parentes militares que ocupam o primeiro escalão.
Questionou também se o Exército ou a Defesa teriam algo a comentar sobre as contratações citadas nesta reportagem. Ate a sua publicação, não houve resposta. Caso as autoridades se manifestem, as informações serão colocadas nesta página.
1 – A filha de Eduardo Pazuello que precisava de auxílio emergencial e foi contratada por Marcelo Crivella
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No dia 23 de julho de 2020, Stephanie Santos Pazuello, filha do então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, foi nomeada para o cargo de supervisora da Diretoria de Gestão de Pessoas da Empresa Pública de Saúde do Rio de Janeiro S.A, a RioSaúde, com salário bruto (sem contar gratificações) de R$ 7.171.
À época, o prefeito da capital fluminense era Marcelo Crivella (Republicanos). Ele concorria à reeleição com o apoio de Jair Bolsonaro. O cargo de confiança foi franqueado pela secretaria da Casa Civil da prefeitura. O município, então, ao ser questionado sobre a contratação, afirmou em nota que “Stephanie Pazuello não foi contratada por seu parentesco com o ministro e sim por sua experiência na área e por sua formação em administração”.
Se a justificativa municipal corresponde à verdade, fato é que os atributos profissionais da filha do general que explicariam a contratação, por alguma razão, não resultavam em sucesso financeiro, pelo contrário.
Tanto é assim que, no dia 30 de julho de 2020 (sete dias após sua nomeação na prefeitura do Rio), o nome de Stephanie constava em lista do governo federal como solicitante do auxílio emergencial pago a trabalhadores informais e pessoas de baixa renda para diminuir o impacto econômico da epidemia causada pelo novo coronavírus.
A informação consta nos sites da Dataprev, Caixa Econômica Federal e Portal da Transparência, e foi publicada na época pelo jornal O Globo.
O nome da filha de Pazuello chegou a ser aprovado pelo governo para receber o auxílio, mas o valor não foi liberado porque os sistemas detectaram inconsistências em seu cadastro.
2 – A filha do general Braga Netto que se formou em design e foi nomeada para ser gerente da Agência Nacional de Saúde
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Também em julho de 2020, uma semana antes da contratação da filha de Pazuello pela prefeitura do Rio, Isabela Oassé de Moraes Ancora Braga Netto, filha do ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, foi indicada para um cargo de gerência na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com salário bruto de R$ 13 mil.
Ela se formou em design em uma faculdade privada do Rio em 2016 e já havia tentado uma vaga no Exército antes de obter o cargo na ANS, mas fora reprovada. Com a indicação de julho de 2020, ocuparia a gerência de Análise Setorial e Contratualização com Prestadores, que trata da relação entre ANS, planos de saúde e prestadores de serviços, como hospitais. Jamais havia trabalhado na área.
A indicação de Isabela, porém, gerou intensa repercussão negativa, uma vez que, procurada por órgãos de imprensa quando o caso veio à tona, a ANS não soube explicar os motivos que levaram à contratação da filha do ministro.
“No dia de hoje, recebi a informação que a candidata desistiu de participar do processo de nomeação, embora tenha atendido todos os requisitos para o cargo”, informou o diretor de desenvolvimento setorial da ANS, Rodrigo Rodrigues de Aguiar, no dia 22 de julho do ano passado.
3 – O filho do general e vice-presidente Hamilton Mourão que teve o salário triplicado assim que o pai foi empossado
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No dia 8 de janeiro de 2019, uma semana após a posse de Jair Bolsonaro e de Hamilton Mourão como presidente e vice da República federativa do Brasil, o filho do segundo, Antonio Hamilton Rossell Mourão, foi promovido a assessor especial do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, que, por sua vez, assumira o cargo no dia anterior, 7 de janeiro.
Antes, ele era assessor empresarial da área de agronegócios do banco, com salário de R$ 12 mil. Com a mudança de cargo, sua remuneração mensal triplicou, indo a R$ 36 mil. O filho do general trabalhava no banco havia 18 anos, e jamais recebera uma promoção que elevasse seu salário – de uma tacada só – a um patamar sequer 50% maior ao anterior. O salto que o filho do vice deu na carreira bancária após a nomeação do pai foi de três degraus de uma vez na carreira, algo inédito em seu desempenho até então.
O caso veio à público na época, e o vice-presidente apresentou uma explicação: ele disse que seu filho foi escolhido pela competência e que ele já devia ocupar um cargo de destaque na instituição há mais tempo, mas vinha sendo boicotado “pelas administrações petistas” do governo federal.
Dois dias depois, no entanto, o site Congresso em Foco publicou reportagem demonstrando que o filho do vice havia sido promovido oito vezes ao longo dos governos Lula e Dilma (2003-2016), em ascensão regular da carreira. Procurado, Mourão não comentou o desmentido.
4 – A filha do general Villas Bôas que é assessora de Damares e ganha R$ 10 mil por mês
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Desde novembro de 2019, Adriana Haas Villas Bôas, filha do general Eduardo Villas Bôas – ex-comandante do Exército, portador de uma doença degenerativa que o mantém sem movimentos em uma cadeira de rodas, mas que ainda assim é assessor especial da Presidência e por isso recebe R$ 13,6 mil por mês, fora a aposentadoria por ser general – está lotada como assessora do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, comandado por Damares Alves, na Coordenadoria-geral de Pessoas com Doenças Raras. Salário: R$ 10,4 mil mensais.
Ela é formada em direito e, segundo o ministério que a emprega, foi contratada por sua competência, e não por seu parentesco. A pasta também informa que a filha do general “exerce sua função adequadamente” em Brasília.
5 – O comandante da Marinha que tem o filho e a esposa empregados em cargos de confiança
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O almirante de esquadra e comandante da Marinha do Brasil, Almir Garnier Santos, tem um filho empregado na Emgepron, uma estatal vinculada à Marinha e sua esposa contratada em cargo comissionado na Presidência da República.
Selma Foligne Crespio de Pinho, especialista em computação, se aposentou na Marinha em abril de 2019. Em novembro do mesmo, ano foi contratada pelo governo de Jair Bolsonaro em um cargo comissionado de assessora na Secretaria-Geral da Presidência. Em junho do ano seguinte, foi promovida a diretora de Estratégia, Padronização e Monitoramento de Projetos, cargo com salário bruto de R$ 29,5 mil.
Já o filho do almirante, o advogado Almir Garnier Santos Júnior, recebe R$ 10,9 mil mensais da Emgepron (Empresa Gerencial de Projetos Navais), estatal vinculada à Marinha. Segundo a empresa, sua nomeação a um cargo de confiança não guarda qualquer relação com seu parentesco com o atual chefe da Armada brasileira.
6 – O filho de general que era estagiário e foi nomeado para cargo de R$ 11 mil
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O general de Brigada Alcides Valeriano de Faria Junior foi indicado, no início do governo de Jair Bolsonaro, para ocupar o cargo de subcomandante de interoperabilidade no Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos, algo inédito na história do Exército Brasileiro.
Menos de um ano depois, outro ineditismo veio a ocorrer com um membro da mesma família. O filho do general, o jornalista então recém-formado Lucas Faria, passou de estagiário da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) para um cargo por indicação de assessoria da emissora com salário de R$ 11 mil.
De acordo com a tabela de remuneração da estatal, um jornalista que ingressa por meio de concurso público na EBC, sem indicação, recebe um salário inicial de R$ 7 mil a menos que o filho do general.
7 – O coronel que ganhou cargo na Petrobras e é pai do servidor que fez relatório falso sobre a covid no TCU
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O pai do servidor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques – investigado no Tribunal de Contas da União (TCU) por produzir um relatório falso que questionava o número de mortes por covid-19 no país – ganhou cargo na Petrobras durante a atual gestão do governo federal.
Seu nome é Ricardo Silva Marques, coronel do Exército Brasileiro. O militar foi nomeado gerente-executivo de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras em abril 2019. O coronel aposentado serviu junto com Jair Bolsonaro em brigada paraquedista do Exército Brasileiro, e são amigos desde então.