‘Em legítima defesa, matei o pistoleiro que matou o meu marido’

CPT

Viúva aos 30 anos e com cinco filhos pequenos, a lavradora Maria Rodrigues dos Santos Gomes relembra o dia que mudou sua vida. Há 30 anos Maria matou em legítima defesa o policial militar e pistoleiro, Marino Silva, que assassinou seu marido, Alonso Silvestre Gomes, lavrador e delegado sindical na zona rural de São Mateus, no Maranhão. 

Apesar de o inquérito policial ter sido conclusivo a respeito de ela ter agido em legítima defesa, e por isso não haveria crime a ser julgado, a denúncia oferecida contra ela pelo Ministério Público Estadual foi de homicídio simples. A previsão de pena era de seis a 20 anos de reclusão. Uma intensa campanha por sua absolvição foi promovida ao longo de cinco anos. A CPT no Maranhão, a Animação Cristã no Meio Rural, a ACR, e o Movimento de Viúvas Vítimas de Violência no Campo, o MVC, empreenderam uma articulação nacional para reafirmar ao Judiciário e à opinião pública a necessidade de absolvição de Maria e a legitimidade da sua luta, que era, e é, a de milhões de povos originários, tradicionais e quilombolas, que têm na terra sua história, alimento e pertencimento. No dia do julgamento, em 27 de setembro de 1995, a cidade de São Mateus parou. Maria foi absolvida. A sentença foi aplaudida de pé por todos os presentes. Confira a história de Maria: 

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