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Nesta terça-feira a série trouxe informações sobre as ações desempenhadas no norte de Minas Gerais, especificamente na diocese de Januária
‘É Tempo de Cuidar’, a Ação Solidária Emergencial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Cáritas Brasileira (veja o hotsite da Campanha), ganhou uma série no programa “Central da Esperança”, da TV Aparecida, que é transmitido diariamente às 13 horas. As reportagens especiais vão ao ar todas às terças e quintas-feiras, cada dia mostrando a ação feita em uma região do Brasil.
Nesta terça-feira, dia 21 de julho, a série trouxe informações sobre as ações desempenhadas no norte de Minas Gerais, especificamente na diocese de Januária. A entrevista foi realizada com dom José Moreira, bispo de Januária. Por lá, a Campanha já ajudou mais de 30 mil famílias com cestas básicas, materiais de limpeza, banhos solidários, entre outras ações.
Ciclone Bomba – Na semana passada, a série trouxe uma reportagem com o secretário executivo da Cáritas, Gelson Nezi, de Santa Catarina, sobre a ação desenvolvida no Estado para ajudar vítimas do ciclone Bomba, que atingiu os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná no dia 30 de junho. Doze mortes foram confirmadas, além de quase 1,9 milhão de consumidores sem energia elétrica nos três estados.
Na ocasião, Gelson explicou que houve arrecadação de materiais de construção, de higiene, de limpeza para a população atingida. Assista a reportagem na íntegra:
Motivação – Já a primeira reportagem da série contou com a presença do padre Patriky Samuel Batista, secretário executivo das Campanhas da CNBB. Ele explicou a motivação da Campanha “É Tempo de Cuidar” e disse que o foco era não só o de preocupação com a questão social, mas também questões de cunho emocional. Confira a reportagem na íntegra:
Central da Esperança
O programa “Central da Esperança” foi criado pela TV Aparecida em meio à situação da pandemia do coronavírus visando levar religiosidade, conforto espiritual, esperança e a boa informação aos telespectadores.
Com a presença ativa da equipe de jornalismo da TV Aparecida, a “Central da Esperança” traz em seu conteúdo mensagens de fé e entrevistas com especialistas das áreas de saúde, economia, psicologia, religiosos e bispos, entre outros. O programa está sendo exibido de segunda a sexta-feira, sempre às 13h.
Ação emergencial “É Tempo de Cuidar” alivia dificuldades de migrantes e população de rua no Brasil
No próximo dia 30 de julho faz um ano que Daria Coromoto Roda de Garcia junto a seu marido, Erly David Garcia Martinez, e seus três filhos – duas meninas sendo uma adolescente de 17 anos e uma de 8 anos e um adolescente de 16 anos -, com a ajuda da Igreja Católica resolveu deixar a Venezuela por conta da crise que seu país de origem atravessa.
Após passar uma temporada em Pacaraima e Boa Vista (RR) para tirar nova documentação, ela seguiu com a família, com a ajuda do projeto Acolhida do Governo Federal, para Maringá (PR) onde está reconstruindo sua vida.
Mesmo com o marido já trabalhando em um supermercado, ela diz que a família ainda encontra dificuldades para manter as despesas. Daria faz parte de um grupo de 120 migrantes e refugiados que a arquidiocese de Maringá, por meio da Cáritas diocesana, está apoiando, especialmente neste tempo da pandemia, com a doação de cestas básicas.
Motivada pela Ação Emergencial da Igreja no Brasil, a campanha “É Tempo de Cuidar”, organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas Brasileira, a Cáritas da arquidiocese de Maringá arrecadou, até agora, 6.700 kilos de alimentos, 500 peças de roupa, 20 cobertores, 20 vouchers de alimentação, 50 kits de higiene pessoal e limpeza e 200 máscaras. Neste momento, a ajuda é muito bem vinda para a família venezuelana. “Ajuda muito, dou graça a Deus pelo trabalho do meu marido, mas precisamos encontrar trabalho para mais pessoas da minha família”, disse a migrante.
660 mil pessoas beneficiadas em todo país
Até o dia 20 de julho, o Comitê Organizado da campanha “É tempo de Cuidar” registrou 490 ações como esta da arquidiocese de Maringá em 119 arquidioceses e dioceses do Brasil beneficiando 660 mil pessoas em todo país. Foram arrecadados mais de 3.500 toneladas de alimentos, R$ 2.697.792,00, 239.626 unidades de produtos de higiene e limpeza, 182.846 equipamentos de proteção individual e 196.939 unidades de roupas e calçados. Ao todo foram produzidas e distribuídas 349.528 marmitas, especialmente para a população de rua.
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Voluntários na preparação das marmitas na diocese de Bauru (SP). Fotos: Arquivo do Setor de Caridade da diocese.
Só na diocese de Bauru (SP), no Regional Sul 1 da CNBB, foram distribuídas 9.840 marmitas para a população de rua numa ação semelhante inspirada pela campanha É Tempo de Cuidar. Lá a ação foi batizada por projeto “Repartir o Pão”. Organizado de 28 de março a 14 de junho, o projeto somou 79 dias de arrecadação de gêneros alimentícios, preparação e distribuição de marmitas, com suco, frutas e bolo todas as noites na região central da cidade de Bauru.
Segundo a agente da Cáritas e do Setor Caridade da diocese de Bauru, Bete Rubo, a ação foi voltada especialmente para as pessoas em situação de rua. “A proposta inicial foi de 100 marmitas diárias. Porém, em média, foram 120 totalizando, aproximadamente, 9.480 marmitas distribuídas”, informou.
20 grupos de voluntários, cerca de 80 pessoas, se revezaram na preparação e distribuição diária das marmitas. “Recebemos muitas doações de frango, legumes e salsicha. Arrecadamos cerca de R $10.000,00 em depósito bancário e em dinheiro. O valor foi utilizado para compra e montagem de alimentos e descartáveis”, disse. O grupo utilizou o dinheiro que restou para comprar e montar cestas básicas para famílias vulneráveis.
Ação de Graças
No dia 18 de junho, quinta feira, na paróquia Santa Rita de Cássia, na diocese de Bauru, foi realizada uma missa de Ação de Graças pelos trabalhos desenvolvidos pelo Setor Caridade da diocese. A missa foi transmitida pelo Facebook da paróquia e teve, no fim, a apresentação de um vídeo mostrando todo o trabalho realizado pelo Setor de Caridade (veja abaixo).
Encerrada essa primeira fase da campanha, a agente da Cáritas informa que alguns grupos permaneceram organizando a ação, uma vez que já a faziam anteriormente. “Apenas agregamos outros grupos aos que já existiam e fizemos uma ação coordenada”, explica Bete. Na diocese de Bauru, o Setor de Caridade disponibilizou também duas carretas para fornecer banho e higienização para a população de rua, com funcionamento às quintas-feiras e sábados.
Serviços de escuta terapêutica salvam vidas durante a pandemia
Duas experiências de “Escuta Terapêutica” foram compartilhadas na live “É Tempo de Cuidar”, organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Cáritas Brasileira e mediada pela assessora de Comunicação da Conferência, Manuela Castro, na tarde desta terça-feira, 21 de julho.
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O pároco da catedral de Tubarão, padre Eduardo Rocha, falou da experiência da Escuta Terapêutica. Foto: reprodução.
O assessor do Setor de Ensino Religioso da CNBB, padre Eduardo Rocha, falou da experiência de escuta terapêutica organizada na paróquia da Catedral de Tubarão, onde é presbítero, na diocese de Tubarão, no sul do estado de Santa Catarina. Na região, é a segunda vez que estão atravessando o processo de “lockdown”, o fechamento total de atividades para garantir o distanciamento social necessário para impedir o avanço do novo coronavírus.
Segundo ele, desde o primeiro “lockdown”, no dia 18 de março, a paróquia começou a articular alguns trabalhos que se fizeram necessários e organizou sua ação em três linhas: a) arrecadação de alimentos; b) Organização de compra para idosos com os jovens da paróquia e c) experiência da escuta. A catedral de Tubarão, informou o padre, é localizada numa área urbana, cercada por prédios. “Ano passado, quando foi feita uma experiência de visitação, percebemos uma realidade que desconhecíamos: muitas pessoas idosas vivendo sozinhas”, disse.
Na catedral de Tubarão, o padre informou que desde o dia 18 de março foram abertas três linhas fixas de telefone e um número de celular que funcionam de segunda a segunda com um grupo capacitado de padres, religiosos, psicólogos e voluntários para atender às pessoas. “Neste tempo, a procura tem sido muito grande”, disse o padre.
O religioso informou que, no início, o serviço foi mais buscado pelos idosos, partilhando seus medos de serem infectados, sua impaciência de ficar confinados e de não poder ver seus parentes. Com o tempo, segundo o padre, outro grupo de pessoas começou a procurar a escuta, os empreendedores, com suas dificuldades em tocar seus negócios e manter os empregos. “Muitos ligam chorando, não conseguem pagar os vencimentos, rescisões de contrato, dificuldade de acessar o crédito do governo federal”, disse.
“Essas pessoas encontram na Igreja este espaço de acolhida, de conversa fraterna, aconselhamento e também espaço para rezar. Alguns querem ser ouvidos, outros entram em contato e pedem uma palavra de esperança. A gente oferece uma palavra que parte de uma experiência de fé e animadora para as pessoas que estão sendo afetadas por este momento que estamos vivendo”, disse.
Escuta esperançosa, atenta e organizada
Quem também compartilhou sua experiência foi o agente da Cáritas diocesana de Crateús (CE), Adriano Leitão. Segundo ele, a necessidade de uma escuta atenta e organizada é muito importante para orientar a ação evangelizadora da Igreja porque “escutar é um ato evangelizador acima de tudo”.
Ele lembrou que o Estado do Ceará é o terceiro com mais pessoas infectadas pela Covid-19 atualmente. “Na diocese de Crateús, desde sua fundação, em 1964, temos planos de pastorais que buscam assegurar o cuidado com a vida. Na Cáritas diocesana, desde o dia 18 de março, estamos na luta constante de apoio e prevenção contra a Covid-19”, disse.
A metodologia do serviço de escuta da diocese de Crateús, que fica a 350 quilômetros de Fortaleza, é inspirada na passagem bíblica do livro do Exôdo 3,7-14, que afirma que Deus viu, ouviu a aflição de seu povo e desceu para libertá-lo.
O agente da Cáritas informou que já fazem três anos que estão organizando momentos de formação e cuidados para os agentes pastorais para que possam cuidar dos outros. “Hoje contamos com 50 terapeutas comunitários em parceria com a Pastoral da Saúde e buscamos resgatar a medicina caseira”, disse. Em Crateús, a Cáritas criou o Espaço Bem Viver, um local de escuta acolhedora, cuidado com a vida, integração com o meio ambiente que oferece terapia comunitária e práticas integrativas complementares.
Além da pandemia, o Estado do Ceará também foi acometido por enchentes. “A partir disso, a Cáritas diocesana readequou a sua ação. A gente precisa estar onde a vida está ameaçada. A gente se uniu com organizações, paróquias, com a diocese e com as regiões pastorais e fizemos um diagnóstico da situação”, disse. Eles também organizaram uma campanha solidária com arrecadação de mais de 51 mil quilos de alimentos distribuídos às famílias.
“Muitas pessoas querem um ouvido atento e fraterno para escutá-las. Na medida do possível, encaminhamos para a rede de proteção composta por padres, psicólogos, religiosas, terapeutas, entre outros. Os casos que precisam de acompanhamento médico são encaminhados para a Secretaria de Saúde. A escuta tem sido um espaço de muita qualidade e precisa ser feita sem julgamento e preconceito, mas com esperança, para salvar vidas e devolver a dignidade das pessoas”, disse.
A live seguiu com perguntas dos internautas de diferentes partes do país que provocaram a Igreja para pensar na necessidade de criar, em nível nacional, a Pastoral da Escuta.
fonte: https://www.cnbb.org.br/servicos-de-escuta-terapeutica-salvam-vidas-durante-a-pandemia/