Fortalecer a ideia da “Economia de Francisco” em prol do planeta e dos necessitados

"Economia social" na acepção de Bergoglio, significa "uma economia que tem uma referência ao destinatário: uma economia que serve ao homem, à pessoa humana.“Economia social” na acepção de Bergoglio, significa “uma economia que tem uma referência ao destinatário: uma economia que serve ao homem, à pessoa humana. 

 

“A minha expectativa e esperança estão depositados nessa possibilidade, de que juntos nós consigamos divulgar e fortalecer essa ideia da economia de Francisco, em prol do planeta, chamado de Casa Comum pelo Papa Francisco, e em prol também daqueles que mais precisam”, diz a Oficial de Justiça e Bacharel de Direito Mireni de Oliveira Costa Silva, autora do artigo “Outra economia possível: interfaces entre Economia de Francisco e Agenda 2030”, que será apresentado nesta segunda-feira no “Ciclo de Palestras e Debates” sobre temas contemporâneos e relevantes para Ciências Sociais jurídicas, promovido pela Escola da Magistratura de Mato Grosso.
 

Vatican News

“Uma cultura de comunhão, baseada na fraternidade e na igualdade”. Era 11 de maio de 2019, quando o Papa Francisco marcou encontro com os jovens em Assis, lugar apropriado para inspirar uma nova economia, pois foi ali que Francisco se despojou de toda a mundanidade para escolher Deus como bússola da sua vida, tornando-se pobre com os pobres e irmão de todos.

Na carta convite dirigida a jovens interessados em cultivar sonho de um novo humanismo, que responda às expectativas dos homens e mulheres e ao projeto de Deus, o Papa também destacou que a salvaguarda do meio ambiente não pode ser dissociada da garantia da justiça para os pobres e que o exemplo notável do cuidado com os vulneráveis e uma ecologia integral é Francisco de Assis.

O Papa acredita nos jovens, pois sentem-se parte de uma cultura nova e corajosa, sem medo de enfrentar riscos e trabalhar para construir uma nova sociedade. “Universidades, empresas e organizações são laboratórios de esperança para criar novas formas de compreender a economia e o progresso, combater a cultura do desperdício, dar voz a quem não tem nenhuma e propor novos estilos de vida”.

 

O evento “Economy of Francesco“, foi apresentado na Sala de Imprensa da Santa Sé na quarta-feira seguinte, 14 de maio, oportunidade em que o cardeal Peter Appiah Turkson, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral – que patrocinará o evento de Assis – frisou que “a economia que o Papa Francisco defende é uma economia social, circular, ética e inclusiva o que não deve ser confundida com uma economia socialista.”

“Economia social” na acepção de Bergoglio, significa “uma economia que tem uma referência ao destinatário: uma economia que serve ao homem, à pessoa humana, como escreve o Papa na Laudato si e na Evangelii gaudium. Uma economia inclusiva, que serve a todos os homens sem deixar ninguém”.

Pois esta proposta repercutiu e mexeu com muitos jovens e pessoas que sonham com um mundo diferente, tendo inspirado artigos científicos e teses de mestrado. Ao Vatican News foram encaminhados 3: “A Luz das Nações”, trabalho de pesquisa de Gerson Rodrigues Braga; “Economia de Francisco e Economia Ecológica, caminhos confluentes na construção de novos paradigmas”, de Luiz Vieira da Silva, escrito em parceria com o Prof. Samuel Carvalho De Benedicto, da PUC-Campinas e “Outra economia possível: interfaces entre Economia de Francisco e Agenda 2030”, de Mireni de Oliveira Costa Silva, da Universidade de Marília.

O artigo de Mireni foi escolhido para ser apresentado nesta segunda-feira, 10, no “Ciclo de Palestras e Debates” sobre temas contemporâneos e relevantes para Ciências Sociais jurídicas, promovido pela Escola da Magistratura de Mato Grosso. Ao preparar a exposição do tema, ela declarou ao Vatican News: 

Li trechos da Laudato Si quando estava escrevendo, mas essa semana, para a palestra, fiz uma leitura com mais calma, é simplesmente maravilhosa a Carta, todas as pessoas deveriam lê-la como leitura obrigatória.”

Mas tudo começou com o convênio entre Poder judiciário, a Escola da Magistratura e a Universidade de Marília (SP), o que oportunizou a qualificação de alguns servidores do Poder Judiciário. Mireni foi aprovada para fazer o Mestrado em Direito econômico. Em contato com o professor Jefferson, a Oficial de Justiça e Bacharel de Direito teve o primeiro contato com a proposta da economia de Francisco. A empatia pela proposta foi imediata:

Aí eu comecei a estudar sobre a proposta, e cada vez que eu estudava eu mais me interessava por ela, e surgiu a ideia de escrever um artigo encaminhar ao Vaticano. Então, o que me motivou a escrever sobre a economia de Francisca, a estudar mais e me aprofundar sobre economia de Francisco, é exatamente minha história de vida, minha trajetória de família, com meu pai, e eu vejo que essa proposta, ela faz exatamente isso, ela visa dar uma oportunidade para as pessoas que estão à margem da sociedade. Ela procura inserir o ser humano no contexto da economia global. Porque hoje a economia, da forma como ela está colocada, ela privilegia o sistema financeiro, ela privilegia aquelas pessoas que são ricas.”

Filha de pequeno agricultor, seu pai ficou viúvo aos 47 anos, com 12 filhos. Ela tinha apenas 11 anos quando sua mãe faleceu e seu pai sempre procurou mostrar para os filhos que o caminho do estudo é que poderia fazer com que alcançassem uma autonomia. “E foi a partir daí que nós começamos a investir mais no estudo, a investir na formação. Hoje eu sou Bacharel em Direito eu sou oficial de justiça no Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso”, contou Mireni.

O modelo econômico vigente em nível mundial, “tem agravado os problemas socioeconômicos e ambientais e promovido concentração de riquezas nas mãos de poucas pessoas – observa Mireni – e por outro lado produzido também de forma galopante a pobreza, a miséria e a degradação do meio ambiente”:

Por essa razão, eu acredito ser necessário e urgente pensar no outro modelo de economia. E a proposta da economia de Francisco, eu vejo que ela será capaz de dar respostas a essas demandas. A minha expectativa e esperança estão depositados nessa possibilidade, de que juntos nós consigamos divulgar e fortalecer essa ideia da economia de Francisco, em prol do planeta, chamado de Casa Comum pelo Papa Francisco, e em prol também daqueles que mais precisam. É muito urgente que os números da economia sejam redefinidos de outra forma e uma forma mais humana, mais solidária e sustentável, que coloque no centro das discussões o ser humano e não o sistema financeiro.”

 

fonte: https://www.vaticannews.va/pt/mundo/news/2020-08/economia-francisco-escola-magistratura-mato-grosso-mireni-silva.html

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