O Partido dos Trabalhadores no Maranhão – PT vem a público manifestar-se contra a mais um assassinato de trabalhador rural ocorrido no nosso Estado, que teve como alvo o Sr. José Francisco Lopes Rodrigues, morador da comunidade Cedro, município de Arari, falecido no dia 8 de janeiro deste ano, após ter sido alvo de vários tiros no último dia 05. Além do Sr. Francisco, foi alvo dos tiros também a filha dele de 10 anos, que felizmente prevaleceu com vida.
O PT/MA reafirma o seu compromisso de luta histórica em defesa da vida e contra a violência no campo e cobra das autoridades competentes que apurem as responsabilidades pelo assassinato do Sr. Francisco, assim como dos outros casos de trabalhadores rurais e quilombolas.
Solicitamos providências do Governo do Estado para apurar com rigor as investigações, por meio das Polícias Civil e Militar, assim como solicitamos ao Ministério Público apurar as responsabilidades por estes e outros assassinatos e conflitos no campo. Assim, como solicitamos ao Tribunal de Justiça celeridade no julgamento dos casos que envolvem assassinato de lavradores.
O Partido dos Trabalhadores manifesta solidariedade aos familiares do Senhor Francisco Lopes e se soma às entidades que lutam em defesa da terra e dos territórios, que são direitos assegurados na Constituição Federal, assim como a proteção à população do campo e da cidade é um direito e dever do Estado.
Justiça e paz no campo!
São Luís, 9 de janeiro de 2022
Francimar Melo
Presidente PT/MA
Senador maranhense lamenta morte de quilombola e diz que crime não pode ficar impune
Weverton Rocha disse que “o nosso país se encontra em uma encruzilhada histórica, em relação a essas questões”
Por Julinho Bittencourt 9 jan 2022 – 10:41 – Revista Fórum
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Morreu neste sábado (08), em São Luís (MA), o quilombola José Francisco Lopes Rodrigues, de 58 anos, que sofreu um atentado à bala na comunidade Cedro, no município de Arari (MA), em 3 de janeiro. Cedro convive com um conflito por terras e, nessa tensão, essa é a quinta pessoa assassinada, em Arari, nos últimos dois anos.
O senador Weverton Rocha (PDT-MA) lamentou a morte, disse que o crime não pode ficar impune e afirmou que é preciso “uma atenção cada vez maior no Brasil para temas ligados aos diretos humanos, a questões fundiárias e socioambientais”.
Na opinião do pedetista, “o nosso país se encontra em uma encruzilhada histórica, em relação a essas questões”. Diante disso, ele defendeu a busca de entendimento e posições mais claras em defesa da vida, ressaltando que “essa é uma questão nacional, que tem suas especificidades no Maranhão“.
Weverton lembrou que 2022 apenas começou e, além de graves problemas das enchentes, já são noticiados “episódios inaceitáveis no Maranhão”, como o assassinato em Arari e o espancamento de um jovem negro em Açailândia.
Agravamento preocupante da violência no campo
Weverton pediu atenção para os dados divulgados no livro “Conflitos e Lutas dos Trabalhadores Rurais no Maranhão em 2020”, organizado pelo advogado popular Diogo Cabral e lançado em dezembro de 2020 pela Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Maranhão (Fetaema). Weverton, que participou do lançamento, disse que “é preocupante o agravamento da violência no campo”.
O senador defendeu que os setores verdadeiramente democráticos do Brasil, incluindo liberais, se unam em busca de solução para o problema. “Devemos nos aproximar cada vez mais dessas questões, ouvir, aprender, buscar informações e, se for o caso, rever posições, para que se possa superar diferentes agressões e preconceitos”.
O pedetista falou na construção de uma agenda política que possa “garantir os direitos e o modo de vida de diferentes setores da sociedade, rurais e urbanos, que seguem vulneráveis a diferentes formas de violência”.
Weverton Rocha disse que é preciso ficar claro que priorizar essas questões, não é desconsiderar a importância de setores empresariais, incluindo os produtores rurais. “Eles prestam um serviço de grande importante ao país, fundamental para nossa economia, incluindo a geração de empregos. Mas há questões a serem resolvidas e é preciso buscar consenso em favor da vida”, diz ele.
O senador maranhense finalizou enfatizando que “em nenhuma sociedade do mundo, se chegou a níveis aceitáveis de civilidade e de verdadeiro desenvolvimento humano e econômico, aprofundando desigualdades ou institucionalizando a violência”.