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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou o Papa Francisco como “o guerreiro pela paz mais importante que eu já conheci”, durante uma reunião acompanhada de perto no Vaticano no dia 29 de outubro.
A reportagem é de Christopher White, publicada em National Catholic Reporter, 29-10-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O encontro entre os dois líderes mundiais ocorreu em um cenário de profundas divisões na Igreja Católica estadunidense. O papa e o presidente se encontraram privadamente por mais de 75 minutos, estabelecendo aquele que se acredita ser o encontro mais longo entre Francisco e qualquer liderança mundial.
A discussão sobre as mudanças climáticas encabeçou a pauta do encontro de Biden com o papa e as discussões posteriores com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e o ministro das Relações Exteriores do Vaticano, arcebispo Paul Gallagher, de acordo com um comunicado vaticano.
Biden e Francisco também discutiram, de acordo com o Vaticano, a luta contínua contra a pandemia da Covid-19 e as necessidades dos migrantes e refugiados.
“Também não faltou a referência à proteção dos direitos humanos, incluindo o direito à liberdade religiosa e de consciência”, afirmou o Vaticano, uma referência potencial aos desacordos entre a Santa Sé e o governo Biden sobre o direito ao aborto e certos casos de liberdade religiosa.
A comitiva do presidente chegou ao pátio de São Dâmaso, no Vaticano, poucos instantes antes do meio-dia em Roma. Apesar das tensões em sua pátria, Biden sorriu e brincou ao chegar ao Palácio Apostólico com a primeira-dama, Jill Biden.
“É bom estar de volta”, disse o presidente enquanto cumprimentava as pessoas que o acolheram. Mais tarde, ele se apresentou como “marido de Jill”.
Ameaças à ortodoxia
Alguns católicos conservadores veem o presidente e o papa como ameaças à ortodoxia católica tradicional porque o presidente apoia o aborto legal e os direitos dos homossexuais e devido à priorização por parte de Francisco a questões como mudanças climáticas, pobreza e situação de migrantes e refugiados em questões de moral sexual.
Francisco se encontrou com o presidente Donald Trump por cerca de 30 minutos em 2017, e ele se encontrou com o presidente Barack Obama por 52 minutos em 2014.
Um comunicado da Casa Branca observou que o presidente elogiou os esforços do Vaticano com grupos cristãos ao redor do mundo para trabalhar pela neutralidade climática.
“O presidente Biden agradeceu ao Vaticano por falar em nome dos detidos injustamente, inclusive na Venezuela e em Cuba”, continuou o comunicado da Casa Branca. “Os líderes se comprometeram a continuar usando suas vozes para defender as liberdades pessoais e religiosas em todo o mundo.”
Biden está em Roma para a cúpula do G20 de 30 a 31 de outubro, um importante fórum intergovernamental que trata das questões econômicas globais. Em seguida, ele viajará para Glasgow, na Escócia, para a COP-26, a reunião da ONU sobre mudanças climáticas.
Após o seu encontro privado, o presidente presenteou o Papa Francisco com uma casula tecida à mão, uma vestimenta litúrgica datada de 1930 da Igreja da Santíssima Trindade em Washington, onde Biden frequentemente participa da missa.
De Francisco, Biden recebeu uma cerâmica pintada, um volume de documentos papais, uma cópia da Mensagem para a Paz de 2021 de autoria do papa, o “Documento sobre a Fraternidade Humana” e um livro publicado recentemente sobre o rito urbi et orbi extraordinário presidido pelo Papa Francisco em uma Praça de São Pedro vazia no dia 27 de março de 2020, enquanto rezava pelo fim da pandemia da Covid-19.
O Vaticano planejava fornecer imagens transmitidas ao vivo da chegada de Biden à Sala do Trono e a saudação inicial entre o papa e o presidente. Esses acordos foram cancelados abruptamente no dia 28 de outubro, para grande consternação da Casa Branca e dos repórteres vaticanos.
As autoridades vaticanas citaram a pandemia da Covid-19 para negar o acesso à mídia externa no início e no fim da reunião. A mídia normalmente é permitida em outros eventos papais. Qualquer pessoa que entrar nas propriedades vaticanas deve apresentar prova de vacinação ou prova de um teste de Covid negativo.
Conversa amigável
Imagens de vídeo divulgadas pelas mídias vaticanas mostraram tanto o papa quanto o presidente conversando jovialmente e sorrindo enquanto Francisco dava as boas-vindas a Biden na Biblioteca Papal, onde, no fim, eles se sentaram frente a frente durante a sua longa reunião.
Embora tanto a leitura oficial da Casa Branca quanto o comunicado vaticano priorizassem áreas de comunhão entre os dois líderes, a eleição de Biden em 2020 empurrou muitas divisões católicas dos Estados Unidos à vista do público.
O arcebispo de Los Angeles, José Gomez, presidente da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos, emitiu uma declaração de quase 1.200 palavras no dia da posse oferecendo suas orações por Biden, mas advertindo que “o nosso novo presidente se comprometeu a seguir certas políticas que promoveriam males morais”. A resposta do Vaticano foi muito mais calorosa, na qual Francisco enviou um telegrama parabenizando Biden e instando-o a seguir políticas “marcadas por justiça e liberdade autênticas” em apoio ao bem comum.
Os bispos católicos dos Estados Unidos se reunirão no próximo mês em Baltimore, onde votarão um documento sobre a Eucaristia, motivado pela eleição de Biden e outros políticos católicos pró-escolha. Alguns bispos católicos querem que o documento declare explicitamente que os políticos católicos que apoiam o aborto legal não devem poder receber a Comunhão.
Autoridades do alto escalão do Vaticano alertaram contra essa abordagem. O Papa Francisco, embora denunciando repetidamente o aborto e defendendo os antigos ensinamentos da Igreja sobre o assunto, disse que nunca negou a Comunhão a ninguém e alertou contra a politização da Eucaristia.
Na sexta-feira, Francisco se encontrou com o presidente sul-coreano Moon Jae-in, também católico romano, e no sábado, 30 de outubro, o Papa Francisco se encontrou com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Isso marcará o primeiro encontro do chefe da Igreja Católica de 1,3 bilhão de membros e do líder de 1,3 bilhão de pessoas da Índia, embora o encontro entre o presidente e o papa tenha dominado as manchetes em todo o mundo.
Eric LeCompte, diretor executivo da Jubilee USA Network, disse ao NCR que a reunião entre Biden e Francisco é “crucial”, pois destaca “os dois líderes mais importantes e abertos na mudança das políticas globais antes do G20”.
“As decisões mais importantes sobre as mudanças climáticas em nossas vidas serão feitas nos próximos cinco anos no G20 e no Fundo Monetário Internacional“, explicou LeCompte. Em nome da Jubilee USA, uma organização inter-religiosa que defende o alívio da dívida dos países em desenvolvimento, ele elogiou o governo Biden, dizendo que os Estados Unidos “são agora o governo líder na resposta à crise climática global”.
Prioridades
LeCompte disse que o governo Biden foi o primeiro a exigir que todos os gastos das agências governamentais cumprissem suas políticas de mitigação do clima.
“Ninguém mais no G20 realmente começou a fazer isso ainda”, disse ele, acrescentando que acredita que a reunião de Biden com o papa oferece um “front unido” para pressionar outros presidentes e primeiros-ministros a fazerem o mesmo.
Joan Rosenhauer, diretora executiva do Jesuit Refugee Service, disse que estava “encorajada” pelo fato de a questão dos refugiados parecer uma prioridade para os líderes.
Citando a fé católica de Biden, Rosenhauer disse que sabia que o encontro com o papa significava muito para Biden em nível pessoal, acrescentando que espera que “inspire o presidente a receber mais plenamente o estrangeiro por meio da política dos Estados Unidos”.
“Ficamos muito felizes que Biden cumpriu sua promessa de aumentar o número máximo de refugiados admitidos nos Estados Unidos neste ano para 125.000 como ele havia prometido, mas a infraestrutura e os recursos necessários para reassentar esses refugiados foram destruídos nos últimos anos e têm que ser reconstruídos para alcançar esses números”, disse ela ao NCR.
Poucos dias depois de Biden ser eleito em novembro passado, ele falou em um jantar de gala virtual do Jesuit Refugee Service, no qual ele prometeu que suas políticas para os refugiados marcariam um forte contraste com as do presidente Donald Trump.
Mesmo assim, Rosenhauer disse que tem sérias preocupações de que o governo Biden tenha mantido muitas das políticas de Trump na fronteira Sul, efetivamente fechando o asilo nos Estados Unidos.
“As políticas na nossa fronteira Sul não são para acolher o estrangeiro. Elas não levam a amar o nosso próximo”, lamentou ela. “Então eu realmente espero que o presidente Biden tenha sido lembrado desses ensinamentos, quando se encontrou com o papa.”
Embora os debates sobre o aborto nos Estados Unidos tenham dominado grande parte da cobertura noticiosa antes da reunião, Stephen Schneck, que recentemente deixou o cargo de diretor executivo da Franciscan Action Network e foi copresidente do Catholics for Biden durante as eleições de 2020, disse que é importante que os dois discutam a questão no contexto de uma série de questões importantes para os católicos.
“Dada a probabilidade de a Suprema Corte debater a questão, os desafios à Emenda Hyde e as novas restrições ao aborto por vários Estados, acho que teria sido valioso para Sua Santidade ter reiterado as preocupações da Igreja ao presidente”, disse Schneck ao NCR.
Schneck disse que as questões discutidas, relacionadas ao ambiente, aos migrantes e à pobreza, mostram que a Igreja não está focada apenas em “uma questão” – a do aborto –, mas também que “esta questão também não pode ser excluída da nossa missão no mundo pela criação, pelos pobres, pelos oprimidos, pelos marginalizados e pelos vulneráveis em nosso meio”.
LeCompte disse que não era nenhuma surpresa que as mudanças climáticas, a pandemia e a redução da pobreza ocupassem o centro das atenções.
“Essa reunião foi sobre uma frente unificada dos líderes globais mais importantes em resposta à pandemia a partir de uma perspectiva moral e política”, disse ele.
fonte: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/614136-biden-elogia-papa-francisco-como-o-mais-importante-guerreiro-pela-paz
Por que a direita americana odeia o Papa Francisco. Artigo de Massimo Faggioli
Qual o significado da oposição católica a Joe Biden e ao Papa Francisco em relação ao futuro da Igreja nos Estados Unidos?
A reflexão é de Massimo Faggioli, historiador italiano e professor da Villanova University, nos Estados Unidos, em artigo publicado em La Croix International, 02-11-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Segundo ele, “essa não é uma crise teológica sobre os ensinamentos tradicionais sobre o aborto e a Eucaristia, que não estão em questão. É uma crise teológica do sensus Ecclesiae, uma crise eclesiológica do “senso da Igreja”, que corre o risco de ser curvada – até pelos próprios dirigentes episcopais da Igreja – às necessidades imediatas da política eclesial e partidária”.
“A questão não é o Papa Francisco – constata o teólogo. Ela tem a ver com um problema muito maior. Da mesma forma que as preocupações sociais e políticas moldaram a teologia contemporânea a ponto de cada campo da teologia se tornar, de uma forma ou de outra, teologia política, agora, no contexto dos Estados Unidos, a eclesiologia católica tomou a forma de uma eclesiologia política que tem traços sectários e, portanto, não católicos”.
Eis o texto.
O recente encontro no Vaticano entre o presidente Joe Biden e o Papa Francisco desmascarou ainda mais a animosidade que a direita católica e a direita alternativa nos Estados Unidos alimentam em relação ao atual bispo de Roma.
De fato, essa animosidade se tornou ainda mais virulenta e evidente. Um bispo estadunidense (um bispo católico!) chegou a chamar Francisco de “serpente”, uma calúnia que é uma reminiscência dos tropos anticatólicos do século XVI contra o papado e os jesuítas.
A assimilação aos animais como forma de depreciar o papa é uma recepção bizarra da encíclica Laudato si’ de Francisco. Mas é a única recepção que existe em alguns lugares (o bispo em questão depois apagou o tuíte ofensivo e pediu desculpas, mas continuou tuitando de forma polêmica sobre o encontro do papa com Biden).
Muitos se perguntam o que teria acontecido, sob os antecessores de Francisco, se os bispos católicos tivessem insultado e mostrado desprezo publicamente pelo papa – algo que o Código de Direito Canônico (cân. 1.373) inclui entre os “delitos contra as autoridades eclesiásticas e contra a liberdade da Igreja”.
Mas o fenômeno se tornou grande demais para ser tratado apenas de um ponto de vista canônico. Esse fenômeno é um escândalo, mas não se limita mais a casos isolados.
Agora se tornou um elemento fixo na relação entre os líderes mais influentes da direita católica estadunidense e o atual papa.
Essa animosidade da direita católica e da direita alternativa não começou com a eleição de Biden como presidente em 2020, mas mais de sete anos antes, com a eleição de Francisco como bispo de Roma.
Desrespeito pela tradição por parte de quem professa defendê-la
Trata-se da reação raivosa contra o fato de que a trajetória do catolicismo – tanto nos Estados Unidos quanto globalmente – não está seguindo os planos daqueles que idealizaram não apenas um catolicismo naturalmente conservador, mas conservador também nos moldes do catolicismo conservador dos Estados Unidos.
Voltando à corrida presidencial em 2004 de John Kerry, outro católico romano, a direita católica nos Estados Unidos tem exigido vigorosamente que a Eucaristia seja negada a políticos que defendam a legalidade do aborto.
Eles invocam o Código de Direito Canônico. Mas deixam de mencionar que o ensino sobre a Comunhão como “remédio para os pecadores” é doutrina da Igreja, e não uma inovação do papa atual.
O Concílio de Trento (Sessão XXII) afirmou claramente que, na Eucaristia, o Senhor “perdoa os malfeitos e os pecados, mesmo que graves” – crimina et peccata etiam ingentia dimittit (cf. Denzinger, 1743).
Esse desprezo pela tradição por parte dos católicos que gostariam de punir Biden por fomentar uma agenda pró-vida (e uma cultura pró-vida genuína é tragicamente urgente nos Estados Unidos) não se deve apenas à ignorância intencional ou ideológica. Frequentemente, é o resultado de uma verdadeira ignorância.
O que vimos nos debates entre os católicos dos Estados Unidos – tanto em ambientes intraeclesiais quanto em praça pública – é um colapso do sentido da tradição.
Ele foi substituído por uma noção ou ideia de tradição religiosa que é politicamente conveniente, mas não genuinamente católica.
Essa é uma das consequências da crise de recepção intelectual e teológica do Vaticano II e da sua doutrina sobre a Igreja.
Uma crise eclesial no “sensus Ecclesiae”
Obviamente, há pouco conhecimento sobre as instituições da Igreja.
No caso das relações entre a presidência dos Estados Unidos e o papado, temos visto uma total falta de compreensão, mesmo entre alguns bispos, das distinções que existem entre o bispo de Roma, o Vaticano, a Santa Sé, a Igreja universal, e as funções e papéis de cada um deles.
No pequeno mas vasto mundo que chamamos de “Roma” ou “Vaticano”, certas coisas se tornaram mais complexas desde os tempos de São Pedro, Júlio II e Pio IX.
Agora, trata-se de um governo estatal e de um governo da Igreja com um serviço diplomático. Dentro do seu pequeno território, há um aglomerado de igrejas, um mosteiro, uma burocracia, um banco, um ponto turístico, um museu, um correio, um corpo de bombeiros, até uma prisão e muito mais.
Isso é algo que Francisco e Biden conhecem bem. Alguns dos ideólogos da direita católica também sabem disso, mas optam por manter isso escondido dos seus seguidores e patrocinadores.
Essa não é uma crise teológica sobre os ensinamentos tradicionais sobre o aborto e a Eucaristia, que não estão em questão.
É uma crise teológica do sensus Ecclesiae, uma crise eclesiológica do “senso da Igreja”, que corre o risco de ser curvada – até pelos próprios dirigentes episcopais da Igreja – às necessidades imediatas da política eclesial e partidária.
Apenas “levemente católico”
Os perdedores da Guerra Civil na Irlanda assumiram o poder em 1932.
Um dos líderes era um homem chamado Sean Francis Lemass. Alguns anos antes, ele havia sido questionado se seu partido político, o Fianna Fáil, estava totalmente comprometido com os ideais democráticos. Ele respondeu que seu partido era “levemente constitucional”.
Podemos usar a analogia para os círculos influentes no catolicismo estadunidense.
Em termos da sua eclesiologia e da sua comunhão com uma Igreja universal, eles mostraram e continuam mostrando um nível de desprezo pelo bispo de Roma que nos levaria a dizer com razão que agora eles são apenas “levemente católicos”.
A questão não é o Papa Francisco. Ela tem a ver com um problema muito maior.
Da mesma forma que as preocupações sociais e políticas moldaram a teologia contemporânea a ponto de cada campo da teologia se tornar, de uma forma ou de outra, teologia política, agora, no contexto dos Estados Unidos, a eclesiologia católica tomou a forma de uma eclesiologia política que tem traços sectários e, portanto, não católicos.
Dentro dessa cultura católica particular, o ímpeto político passará em algum momento, mas o movimento religioso durará um pouco ou muito mais, até porque as “guerras culturais” estadunidenses se tornaram globais.
As reações contra o pontificado de Francisco demonstraram que passamos do momento em que o neoconservadorismo e o neotradicionalismo católicos estadunidenses poderiam ser liquidados como uma febre passageira, algo que teria uma vida tão curta quanto a temporada política que o gerou.
Critérios básicos para permanecer católico
Trata-se de algo diferente. É um movimento religioso dentro da Igreja Católica e que precisa ser tratado como tal, lembrando-o de alguns critérios básicos da eclesiologia católica para permanecer na Igreja Católica.
Aqui estão três, apenas para começar.
O primeiro é que deve haver uma coerência entre os objetivos, os métodos e os comportamentos para mostrar a unidade entre a própria vida e a fé que se professa. O catolicismo não é bem servido pela proteção de líderes políticos cuja vida privada é uma manifestação de desprezo total pelos valores cristãos e pela decência humana.
O segundo é que deve haver um reconhecimento e uma aceitação da legítima pluralidade de modos de viver o catolicismo.
O terceiro é que deve haver um senso de comunhão visível com os bispos e o bispo de Roma, o papa.
Como afirma a constituição sobre a Igreja do Vaticano II, Lumen gentium, o colégio dos bispos e os bispos individuais não têm nenhuma autoridade a menos que estejam em comunhão com o Romano Pontífice, o sucessor de Pedro.
A crise sistêmica da Igreja institucional enfraqueceu o nosso “senso da Igreja”.
Mas há o perigo de se criar uma falsa equivalência aqui.
A dissidência católica liberal-progressista nunca demonstrou tamanho desprezo pelos critérios básicos de comunhão na Igreja Católica.
A polêmica sobre Joe Biden e a Comunhão eucarística é importante. Mas não porque se trata do presidente dos Estados Unidos.
É importante porque é a história do bullying não conservador e não tradicional dos chamados conservadores e tradicionalistas que continuam chamando de conservador e de tradicional aquilo que, na verdade, não é.
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fonte: http://www.ihu.unisinos.br/614155-o-risco-de-se-tornar-apenas-levemente-catolico-artigo-de-massimo-faggioli