Pressão contra a Câmara: CONIC repudia desfile militar em Brasília

CONIC

 
O fruto da justiça será a paz; e a consequência da justiça será tranquilidade e segurança eternas.
O meu povo viverá em regiões pacíficas e em moradas seguras.” (Cf.: Is 32:17)
 
É com inquietação e preocupação que acompanhamos a possibilidade de ocorrer o desfile de veículos blindados, aeronaves, armamentos e outros meios da Força de Fuzileiros da Esquadra, que envolve mais de 2.500 militares, da Marinha, do Exército e da Força Aérea, previsto para ocorrer em Brasília neste 10 de agosto. 
 
A informação é de que estes operativos e militares se deslocaram para Brasília em função da Operação Formosa, que se realiza desde o ano de 1988. Em nota, o Centro de Comunicação Social da Marinha do Brasil afirmou que comboio se deslocou tão somente em função da referida Operação. No entanto, a demonstração ostensiva de veículos blindados foi uma solicitação do presidente Bolsonaro. o que causa estranheza uma vez que a demonstração destas forças acontece no contexto de análise do voto impresso pela Câmara dos Deputados.
 
A solicitação de manobras ostensivas destoa das operações anteriores e se revela como intimidação ou demonstração de força.
 
Um desfile com este tipo de demonstração é contraditório com o contexto brasileiro e o sofrimento do povo com o desemprego, a fome e falta de moradia. 
 
Entendemos que, tanto o desfile militar, quanto a pressa para a reforma eleitoral, não são prioridades para o País. Os brasileiros e brasileiras, neste momento, precisam de um Estado solidário com as famílias enlutadas, capaz de buscar medidas efetivas para a geração de emprego e renda, e políticas públicas que garantam a segurança alimentar. 
 
A paz com justiça reivindica o enfrentamento das desigualdades e o fortalecimento da democracia.
 
CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
 
 

General Santos Cruz diz que desfile golpista é ataque ao Congresso e ao STF

“Esse é um exercício de rotina. Se a intenção é convidar o presidente, o ministro da Defesa pode ir até a pé fazer isso, não precisa mobilização de aparato militar onde estão localizados os Três Poderes”, criticou o general, ex-secretário de Governo de Jair Bolsonaro

(Foto: Isac Nóbrega/PR | Reprodução)
 
247 – Para o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-secretário de Governo de Jair Bolsonaro, é “completamente descabida” a realização de um desfile militar como o que se verificou na manhã de hoje na Esplanada dos Ministérios. A movimentação de soldados e viaturas de guerra ocorreu na solenidade de entrega de um convite ao presidente Bolsonaro para que ele compareça à Operação Formosa, realizada todos os anos pela Marinha. O desfile no mesmo dia da votação na Câmara da PEC do voto impresso foi encarado pelos políticos como tentativa de intimidação. A informação é do portal UOL. 
 

“Esse é um exercício de rotina. Se a intenção é convidar o presidente, o ministro da Defesa pode ir até a pé fazer isso, não precisa mobilização de aparato militar onde estão localizados os Três Poderes”, criticou Santos Cruz à coluna. “Tudo isso para levar um convite? É uma infantilidade, absolutamente desnecessária, ainda mais no contexto atual.”

O general ressalta que a exibição militar aconteceu no momento em que se desenrola uma disputa política normal, com votação sobre tema que tem sido muito polêmico. “Não é possível acreditar em tanta ingenuidade e incompetência de avaliação do Ministério da Defesa. Isso é um desrespeito ao Congresso, um desrespeito ao Brasil”, acredita ele.

https://www.youtube.com/watch?v=7WYSTpYCmjM

fonte: https://www.brasil247.com/poder/santos-cruz-diz-que-desfile-de-tanques-e-desrespeito-ao-congresso-e-ao-pais

 


Desfile de blindados evidencia fraqueza de um presidente acuado, diz nota da CPI

Anderson Vieira | 10/08/2021, 12h55 – Agência Senado

Tanque de guerra passa ao lado da cúpula do Senado
Pedro França/Agência Senado›

 

O presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), abriu a reunião desta terça-feira (10) da comissão lendo uma nota oficial em protesto contra o desfile de blindados da Marinha realizado na Esplanada dos Ministérios no mesmo dia que a Câmara vai votar proposta do voto impresso. Conforme o documento, o presidente Jair Bolsonaro imagina demonstrar força, mas evidencia fraqueza de alguém que está acuado por investigações de corrupção e pela incompetência administrativa que provoca mortes, fome e desemprego em meio a uma pandemia sem controle. 

“Todo homem público, além de cumprir suas missões constitucionais, deveria ter medo do ridículo, mas Bolsonaro não liga para nenhum desses limites, como fica claro na cena patética de hoje, que mostra apenas uma ameaça de um fraco, que sabe que perdeu”, disse. 

Ainda conforme a nota, o chefe do Executivo criou uma encenação, uma coreografia, para mostrar que tem o controle das Forças Armadas e que pode fazer o que quer no país, o  que é “um absurdo inaceitável”. 

Omar lembrou que o Brasil vive o maior período democrático de sua história: desde 1985 convivendo com eleições livres, independência dos Poderes e instituições fortes. Ele disse que defender golpe não é aceitável, e defender o fim da democracia exige punição com o rigor da lei. 

“Não haverá voto impresso, não haverá qualquer tipo de golpe contra a nossa democracia porque as instituições, com o nosso Congresso à frente, não deixarão que isso aconteça”, afirmou. 

Intimidação 

A leitura da nota oficial foi seguida pela manifestação de outros 15 senadores antes de a CPI ouvir o tenente-coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida, presidente da ONG Instituto Força Brasil. Para a maioria parlamentares do colegiado, a demonstração da Marinha foi vista como tentativa de intimidação, pois ocorreu no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados deve optar pela rejeição da proposta do voto impresso, defendida por Jair Bolsonaro. 

Falando em nome do MDB, o senador Eduardo Braga (AM) destacou que o Brasil é a terceira maior democracia do mundo, atrás apenas da Índia e dos Estados Unidos, e lembrou que o desfile de blindados ocorreu no mesmo dia também que o Senado vai votar revogação da Lei de Segurança Nacional. 

— Eu fico com a democracia e com a Constituição que diz que todo poder emana do povo e em nome do povo será exercido. O MDB não poderia deixar de lembrar Ulisses Guimarães e dizer que a Constituição é farol que há de guiar a democracia brasileira – acrescentou. 

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), classificou de patética e uma demonstração de fraqueza do presidente a ação de hoje. Para ele, foi mais patético até que os desfiles militares realizados pelo governo da Coreia do Norte, pois estes ao menos visam a demonstrar poderio bélico para inimigos externos. 

— O [desfile] de hoje foi feito para esconder e desviar atenção para o que realmente importa: o balcão de negócios que foi transformado o Ministério da Saúde e os esquemas de corrupção que esta CPI está descobrindo. Mas a resposta vai vir hoje com a rejeição do voto impresso. O brasileiro quer é retomada econômica, vacina no braço e inflação contida. Quero acreditar que as forças armadas são leais ao seu povo e à nação e não a qualquer inquilino de plantão do Palácio do Planalto — opinou. 

Os senadores Humberto Costa (PT-PE), Otto Alencar (PSD-BA) Rogério Carvalho (PT-SE) destacaram não ser a primeira vez que o presidente Jair Bolsonaro se utiliza do cargo para tentar intimidar os parlamentares. Só que a estratégia, na opinião deles não vai funcionar, pois o Congresso não vai recuar diante de ameaças. Eles cobraram também uma melhor atuação do governo para melhorar a situação do país. 

— Ele deveria se preocupar com a inflação, com as pessoas que perderam a vida na pandemia e em gerar emprego e renda para 15 milhões de desempregados. Mas nada disso o comove. Apenas se preocupa em proteger seu mandato fazendo campanha antecipada — avaliou Otto Alencar. 

Defesa

Parlamentares governistas e considerados independentes também se manifestaram sobre o episódio. O senador Marcos Rogério (DEM-RO), por exemplo, disse que desfiles promovidos por forças armadas não o assustam nem o constrangem. Para ele, o que é constrangedor e assustador é o “desfile de corrupção, de roubalheira de dinheiro público saindo do Brasil para financiar obras e serviços em países dominados por ditadores e comunistas, num alinhamento de esquerda”. 

— Esse desfile com a chancela do PT me incomoda, me dói e me tira a paz e a paciência porque faltou para os brasileiros. Hoje vivemos o caos em função da pandemia, mas talvez o impacto tivesse sido menor se não tivessem nos roubado tanto. O desfile dos militares nas avenidas não me amedronta. Quem tem medo de militar tem suas razões, mas eu não tenho medo. Tenho medo de quem usa o poder para tirar do povo. Felizmente os brasileiros nas urnas apertaram o botão da mudança — alegou. 

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), disse concordar com a defesa da democracia feita pelos colegas oposicionistas, mas não com excessos nas falas de alguns deles. Ele lembrou ainda de sua história no Congresso Nacional e afirmou que aposta na democracia e no Estado de direito para superar momentos de maior tensão.

— Nosso papel como membros do Congresso Nacional é criar e apostar em um ambiente de diálogo — avaliou. 

Voto impresso

Jorginho Mello (PL-SC) e Luis Carlos Heinze (PP-RS) saíram de defesa do voto auditável como forma de dar mais segurança e transparência à democracia. O representante de Santa Catarina foi além ao dizer que a ação militar foi superdimensionada e que houve um “cavalo de batalha” sem necessidade sobre o tema.

— Desde 1988, a Marinha faz faz esse desfile e agora dizem que isso é um perigo pra democracia. Perigo é meter a mão no baleiro e roubar. Que isso? Vamos trabalhar, vamos fazer outra coisa! Isso é demagogia barata! A roubalheira parou faz tempo e talvez alguns aqui estejam preocupados com isso. Tem muita gente no Congresso com o rabo sujo. É só demagogia e conversa mole. Vamos trabalhar! — afirmou. 

Coincidência

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF), por sua vez, mostrou-se desconfiado; pois, para ele, nada acontece por acaso. Segundo o representante do Distrito Federal, as forças armadas nunca agem de improviso, e o desfile de hoje já deveria estar agendado faz tempo. 

— Sinceramente gostaria muito de saber por que a Câmara agendou exatamente para o mesmo dia, pois podem ter certeza, as forças armadas já tinham agendado isso. E por que também parlamentares no Planalto, como o nosso colega Ciro Nogueira [ministro chefe da Casa Civil e senador licenciado] e a deputada Flávia Arruda [secretária de Governo da Presidência da República], não alertaram para isso com relação à votação do Plenário? Existe alguma coisa no ar que nós temos que descobrir — alegou. 

Agência Senado

Fonte: Agência Senado – https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2021/08/10/desfile-de-blindados-evidencia-fraqueza-de-um-presidente-acuado-diz-nota-da-cpi


 

Demonstração de fraqueza: esvaziado, desfile militar de Bolsonaro vira piada nas redes sociais

Ato coincide com análise do projeto sobre voto impresso na Câmara e foi encarado como “intimidação” a deputados

 
Brasil de Fato | Brasília (DF) |

 

Tanque de guerra passa em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, nesta terça-feira (10) – Reprodução/Twitter – @carolpires

O desfile de carros blindados das Forças Armadas promovido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta terça-feira (10) virou piada nas redes sociais. Os veículos que passaram pelo Palácio do Planalto durante a manhã soltaram muita fumaça ao atravessarem a Praça dos Três Poderes e foram alvo de chacota.

Apesar dos convites para os outros poderes, houve baixa adesão ao desfile. Na tentativa de demonstrar força em um momento crítico de seu governo, Bolsonaro revelou estar cada vez mais isolado e longe de sair da crise que cerca o Palácio do Planalto.

Brasil de Fato selecionou algumas das publicações feitas no Twitter sobre a suposta “demonstração de força” do governo federal. Na segunda (9), deputados afirmaram que o desfile não é uma “demonstração de força” do governo Bolsonaro, mas sim da “fraqueza do presidente”.

A condição precária dos automóveis e o modesto poderio apresentado foram os principais pontos abordados pelos internautas nas redes sociais. Leia as publicações feitas nesta manhã:

  

Edição: Leandro Melito

fonte: https://www.brasildefato.com.br/2021/08/10/demonstracao-de-fraqueza-esvaziado-desfile-militar-de-bolsonaro-vira-piada-nas-redes-sociais

 

 

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