Nota da CNBB diante do atual momento brasileiro
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu uma nota nesta sexta-feira, 9 de julho, sobre o momento atual da conjuntura brasileira. No documento, a instituição reafirma, por meio de sua presidência, a necessidade de “defender as vidas ameaçadas, os direitos respeitados e para apoiar a restauração da justiça, fazendo valer a verdade”.
Na avaliação da CNBB, a sociedade democrática brasileira está atravessando um dos períodos mais desafiadores da sua história. “A trágica perda de mais de meio milhão de vidas está agravada pelas denúncias de prevaricação e corrupção no enfrentamento da pandemia da COVID-19”, diz um trecho da nota.
A CNBB, na nota, “apoia e conclama as instituições da República para que, sob o olhar da sociedade civil, sem se esquivar, efetivem procedimentos em favor da apuração, irrestrita e imparcial, de todas as denúncias, com consequências para quem quer que seja, em vista de imediata correção política e social dos descompassos”.
Confira, abaixo, a íntegra do documento e a versão em PDF aqui.
Nota da CNBB diante do atual momento brasileiro
Brasília-DF, 9 de julho de 2021
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB levanta sua voz neste momento, mais uma vez, para defender vidas ameaçadas, direitos desrespeitados e para apoiar a restauração da justiça, fazendo valer a verdade. A sociedade democrática brasileira está atravessando um dos períodos mais desafiadores da sua história. A gravidade deste momento exige de todos coragem, sensatez e pronta correção de rumos.
A trágica perda de mais de meio milhão de vidas está agravada pelas denúncias de prevaricação e corrupção no enfrentamento da pandemia da COVID-19. “Ao abdicarem da ética e da busca do bem comum, muitos agentes públicos e privados tornaram-se protagonistas de um cenário desolador, no qual a corrupção ganha destaque.” (CNBB, Mensagem da 56ª. Assembleia Geral ao Povo Brasileiro, 19 de abril de 2018).
Apoiamos e conclamamos às instituições da República para que, sob o olhar da sociedade civil, sem se esquivar, efetivem procedimentos em favor da apuração, irrestrita e imparcial, de todas as denúncias, com consequências para quem quer que seja, em vista de imediata correção política e social dos descompassos.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBBDom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBBDom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima (RR)
Segundo Vice-Presidente da CNBBDom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB
fonte: https://www.cnbb.org.br/nota-da-cnbb-o-atual-momento-brasileiro/
Comentarista político da GloboNews, do Bom Dia Brasil, na TV Globo, e apresentador do GloboNews Política. É colunista do G1 desde 2012
Em nota dura, CNBB cobra apuração ‘irrestrita e imparcial’ das denúncias sobre irregularidades na pandemia
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta sexta-feira (9) uma nota cobrando apuração “irrestrita e imparcial” das denúncias sobre irregularidades cometidas pelo poder público na pandemia.
A nota é considerada dura para os padrões da CNBB.
Em um trecho, a entidade chega a mencionar que a “trágica perda de mais de meio milhão de vidas” foi “agravada pelas denúncias de prevaricação e corrupção”, numa referência indireta ao presidente Jair Bolsonaro. Inquérito aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) investiga Bolsonaro por prevaricação.
O texto é assinado por todos os integrantes da cúpula da CNBB.
Veja a íntegra da nota:
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB levanta sua voz neste momento, mais uma vez, para defender vidas ameaçadas, direitos desrespeitados e para apoiar a restauração da justiça, fazendo valer a verdade. A sociedade democrática brasileira está atravessando um dos períodos mais desafiadores da sua história. A gravidade deste momento exige de todos coragem, sensatez e pronta correção de rumos.
A trágica perda de mais de meio milhão de vidas está agravada pelas denúncias de prevaricação e corrupção no enfrentamento da pandemia da COVID-19. “Ao abdicarem da ética e da busca do bem comum, muitos agentes públicos e privados tornaram-se protagonistas de um cenário desolador, no qual a corrupção ganha destaque.” 1 Apoiamos e conclamamos às instituições da República para que, sob o olhar da sociedade civil, sem se esquivar, efetivem procedimentos em favor da apuração, irrestrita e imparcial, de todas as denúncias, com consequências para quem quer que seja, em vista de imediata correção política e social dos descompassos.
Brasília, 9 de julho de 2021
D. Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte, MGPresidente
D. Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre, RS1º Vice-Presidente
D. Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima, RR2º Vice-Presidente
D. Joel Portella Amado
Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJSecretário-Geral
Bispos católicos rompem silêncio e protestam contra genocídio, prevaricação e corrupção
A CNBB, entidades dos bispos católicos brasileiros, divulgou uma dura nota contra a conduta de Bolsonaro e seu governo na pandemia – ele não é citado explicitamente no texto
9 de julho de 2021, 14:08 h
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247 – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que congrega todos os bispos católicos do país, rompeu o silêncio que vinha mantendo desde o início do governo Bolsonaro e emitiu uma nota contundente nesta sexta-feira (9) protestando contra o genocídio, e as evidências de prevaricação e corrupção no enfrentamento da pandemia. O nome de Jair Bolsonaro não está na nota, mas a nota dirige-se claramente contra ele e seu governo.
Segundo os bispos, “a trágica perda de mais de meio milhão de vidas está agravada pelas denúncias de prevaricação e corrupção no enfrentamento da pandemia da Covid-19”.
A nota pede “apuração, irrestrita e imparcial, de todas as denúncias, com consequências para quem quer que seja” – no que parece ser uma resposta à nota da cúpula das Forças Armadas, que pretende impedir qualquer investigação sobre a participação militar nos esquemas de prevaricação e corrupção.
Leia a íntegra da nota da CNBB:
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB levanta sua voz neste momento, mais uma vez, para defender vidas ameaçadas, direitos desrespeitados e para apoiar a restauração da justiça, fazendo valer a verdade. A sociedade democrática brasileira está atravessando um dos períodos mais desafiadores da sua história. A gravidade deste momento exige de todos coragem, sensatez e pronta correção de rumos.
A trágica perda de mais de meio milhão de vidas está agravada pelas denúncias de prevaricação e corrupção no enfrentamento da pandemia da COVID-19. “Ao abdicarem da ética e da busca do bem comum, muitos agentes públicos e privados tornaram-se protagonistas de um cenário desolador, no qual a corrupção ganha destaque.” (CNBB, Mensagem da 56ª. Assembleia Geral ao Povo Brasileiro, 19 de abril de 2018).
Apoiamos e conclamamos às instituições da República para que, sob o olhar da sociedade civil, sem se esquivar, efetivem procedimentos em favor da apuração, irrestrita e imparcial, de todas as denúncias, com consequências para quem quer que seja, em vista de imediata correção política e social dos descompassos.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte (MG), Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre (RS), Primeiro Vice-Presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da Silva, Bispo de Roraima (RR), Segundo Vice-Presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado, Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ), Secretário-geral da CNBB
Comissão Arns se posiciona sobre nota das Forças Armadas
A Comissão Arns também reafirmou apoio à CPI da Covid-19, “que vem levando a cabo as tarefas de controle sobre o poder”
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Nesta sexta-feira (9/7), a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns se posicionou acerca da nota conjunta das Forças Armadas criticando o presidente da CPI da Covid-19 no Senado.
“A nota constitui ataque inaceitável à democracia reconquistada a duras penas pelos brasileiros”, diz a comissão.
No documento, o grupo acrescenta ainda que oficiais que ocupam cargos na alta administração pública estão sujeitos à investigações, de acordo com a Constituição, em casos de improbidade administrativa. “Sobretudo, quando tais atos possam ter agravado a maior catástrofe sanitária que já se abateu sobre o país, ceifando, até este momento, a vida de mais de meio milhão de pessoas”, afirma.
A Manifestação Pública expõe que o “ataque das Forças Armadas” não contribui para o combate à pandemia e, tampouco, colabora com a “proteção do direito à vida do povo brasileiro.”
A Comissão Arns reafirmou seu apoio à CPI, por estar “levando a cabo as tarefas de controle sobre o poder, conferidas ao Congresso Nacional”.
fonte: https://www.metropoles.com/brasil/comissao-arns-se-posiciona-sobre-nota-das-forcas-armadas