“Na Igreja do Brasil, a comunicação não deve ser neutra”. Entrevista com D. Joaquim Giovani Mol Guimarães

IHU 17 Mai 2021

Com motivo do 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais, entrevistamos Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB.

O bispo auxiliar de Belo Horizonte – MG, analisa a mensagem do Papa Francisco para este dia, afirmando que “não dá para fazer comunicação, e ainda mais comunicação da Igreja, do gabinete, do escritório, porque a comunicação não é ajuntamento de informações pura e simplesmente”. A comunicação “não deve ser neutra”, segundo Dom Mol, destacando a coragem de muitos jornalistas “para fazer uma reportagem que vai gerar consciência nova”.

O bispo, colocando como exemplo o Papa Francisco, insiste na necessidade de ser “destemidos naquilo que falamos, nos valores que pregamos, que nascem do Evangelho, da pessoa de Jesus”. Ele defende a necessidade de a Igreja investir mais em comunicação e adverte “que não podem ser chamados de católicos aqueles que praticam” as insídias na comunicação, inclusive contra o Papa Francisco. Se faz necessário na comunicação da Igreja, segundo Dom Mol, cuidar das linguagens, estar em comunhão com a Igreja, estar comprometida, libertar e não ser passiva.

A entrevista é de Luis Miguel Modino.

 

Eis a entrevista.

 

Diante do 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Papa Francisco faz um chamado a comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são. O que isso significa para a comunicação da Igreja?

Eu acho uma intuição do Papa Francisco muito interessante e muito contemporânea, ou seja, é uma exigência do tempo de hoje. Não dá para fazer comunicação, e ainda mais comunicação da Igreja, do gabinete, do escritório, porque a comunicação não é ajuntamento de informações pura e simplesmente. A comunicação, ela tem a exigência do estabelecimento de uma relação com o outro. Por isso que o Papa Francisco, acho que de uma maneira muito perspicaz, ele diz que a gente precisa ir. Vem e verás, tem que ir, e ir ao encontro das pessoas. 

Neste encontro é que a gente retira a informação, os dados. Precisamos entender que é uma intuição muito bonita, de um encontro que acontece quando a gente vai para ver, encontro de pessoa com pessoa, é que a gente então faz comunicação, e a partir da comunicação a gente também informa a toda a sociedade.

 

Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães (Foto: Flickr Agência Senado/Pedro França)

Na mensagem do Papa Francisco, ele agradece a coragem de muitos jornalistas que assumindo essa coragem de ir ao encontro, eles ajudam a dar a conhecer os abusos e injustiças contra os pobres e contra a criação. Como isso deveria ser plasmado, se é que ainda não está sendo, na comunicação da Igreja, sobretudo no Brasil?

Isso deve ser plasmado na Igreja do Brasil, principalmente, por um esforço que precisa ser feito, um esforço de compreensão de que a comunicação, ela não deve ser, e isso pode provocar estranhamento, não deve ser neutra. A comunicação neutra, que muitas pessoas buscam fazer, é uma comunicação que, pretensiosamente sem lado algum, acaba se posicionando em favor do lado de quem tem mais poder, poder político, poder econômico e tudo e qualquer tipo de poder, inclusive religioso. 

Para plasmar isso dentro da prática eclesial brasileira, é preciso entender que a comunicação tem que ser comprometida, um compromisso com a outra pessoa, um compromisso com a possibilidade, que precisa inclusive ser alimentada pela própria comunicação, de uma nova sociedade, não uma sociedade com remendos, em que fica tudo mais ou menos como está, mas é uma outra sociedade possível.

Eu gosto muito de um pensador dos Camarões, negro, historiador, filósofo, Achille Mbembe. Ele diz que a era do humanismo acabou, e por que que acabou, porque nada indica que o poder, por exemplo, dos Estados Unidos sobre outros muitos países, vai arrefecer, que em muitos países, a perseguição e a morte dos negros vão cessar. O humanismo acabou porque a faixa de Gaza é a maior prisão a céu aberto que existe no mundo. O humanismo acabou porque a fome aumenta, porque a desigualdade vai se tornando cada vez pior, ou seja, mais gente pobre, sem recursos para poder se defender e viver dignamente, enquanto uma minoria, cada vez menor no mundo, cada vez tem mais. Aí vai uma indicação muito interessante do Thomas Piketty, que escreveu “O Capital do Século XXI”, onde fez uma análise do imposto de renda em vários países, onde diz que a desigualdade alcançou um patamar que dificilmente se consegue agora resolver. 

comunicação, ela não pode existir de forma neutra, a comunicação precisa ser comprometida com a possibilidade de uma nova sociedade. Por isso, o Papa elegia muitos jornalistas, a mensagem do Papa usa a palavra muitos jornalistas, não são todos, pois tem jornalistas que estão aí para manter o status quo, e são famosos, ganham muito dinheiro com o jornalismo, mas não estão ao serviço disso que o Papa diz. Acho interessante que ele cita outros profissionais da comunicação, operadores de câmera, editores, cineastas, que trabalham, sofrem grandes riscos inclusive, e que estão ali para melhorar a sociedade, defender a condição humana, mostrar as desigualdades, defender o direito dos pobres, os direitos humanos, e assim por diante. 

Há muitos jornalistas que fazem isso, e fazem com competência, e fazem com muito amor, porque inclusive, de fato, se arriscam muitas vezes, para fazer uma reportagem que vai gerar consciência nova. Também nós precisamos, junto com o Papa, agradecer a coragem de muitos jornalistas.

O senhor fala que não dá para fazer uma comunicação sem compromisso. Poderíamos dizer que o Papa Francisco é alguém que nas suas palavras sempre mostra o caminho a seguir, e geralmente não deixa ninguém indiferente, recebendo elogios e ataques, muitas vezes despiedados. Como o exemplo do Papa Francisco deveria se fazer presente na vida dos jornalistas, dos comunicadores, mas também na vida de todos os batizados, da hierarquia, dos bispos, que muitas vezes são os mais escutados dentro da Igreja?

A gente precisa rever nossa maneira de seguir a Jesus. A questão de sermos, a exemplo do Papa Francisco, destemidos naquilo que falamos, nos valores que pregamos, que nascem do Evangelho, da pessoa de Jesus, a paz, a justiça do Reino, o perdão. Eu tenho a impressão de que há um excesso de formalidade na vivência da fé cristã, o que significa procurar excessivamente ser politicamente correto sobre todos os aspectos. E aí, é claro, a comunicação que a gente faz nunca será a exemplo do Papa Francisco, que não teme ser caluniado, impiedosamente maltratado, desrespeitosamente, deseducadamente agredido de todas as formas.

Se a gente como Igreja, os ministros ordenados, nós bispos, padres, diáconos, seminaristas, os que estão em processo de formação, não incorporarmos na nossa vivência da fé esse destemor, porque nós somos seguidores de Jesus Cristo Crucificado, Ressuscitado, inclusive depois de ter anunciado o Reino de Deus, nós não vamos avançar. O Papa Francisco diz que a Igreja precisa ser como hospital de campanha, e como hospital de campanha a Igreja não pode se preocupar com estar toda engomadinha. A gente passa essa imagem, e não de alguém que tem as mãos no outro, as mãos na carne do outro, na ferida do outro, na dor outro, do outro individual e do outro coletivo. 

Pelo que tenho lido, escutado, este é um dos piores momentos para as comunidades indígenas no Brasil, porque os indígenas, eles foram escolhidos como inimigos do Governo Federal do Brasil, e todo mundo que está do lado deles. Se a Igreja não se aproxima e coloca a mão na carne indígena, na dor indígena, no sofrimento de cada um deles, e assim tantos outros povos, tantos outros segmentos da sociedade, ela vai fazer sim, uma comunicação lineal, não tem alto, nem baixo, ela não tem nada a ver com a vida, que é cheia de altos e baixos. 

Resumindo, nós precisamos nos converter a Jesus Cristo. A verdadeira comunicação na Igreja, ela brotará, certamente, viçosa, exuberante, de pessoas convertidas a Jesus Cristo. Isso serve para leigos, leigas, e serve muito bem para nós, ministros ordenados. Essa conversão a Ele, à centralidade da mensagem dele em nossa vida, é fundamental.

A gente percebe que muitas vezes os ministros ordenados têm certo medo, receio dos jornalistas. Realmente a Igreja do Brasil, a hierarquia brasileira, tem consciência do poder da comunicação para poder testemunhas a Boa Notícia do Evangelho?

Não tem a consciência plena disso, não, do poder da comunicação. Posso dizer isso sob o aspecto do investimento, muitos não investem nisso. Muitas coisas no campo da comunicação são precárias, inclusive equipamentos importantes da comunicação. Não que sejam caros, mas é questão de escolha, como se fosse investir em algo que não vale a pena. E isso dá um efeito colateral terrível, há segmentos da Igreja que descobrem que a comunicação é importante e usam a comunicação e ferramentas da comunicação para fazer um anúncio estranho do Evangelho. Nós temos uma boa parte de cristãos católicos fundamentalistas, que se tornaram influenciadores digitais, que estão inclusive nas TVs, etecetera, eles são formados, são preparados por pessoas, católicos, que usam a comunicação, mas usam para isso, para formar fundamentalistas. Nós sabemos que no Brasil há muitas pessoas assim, padres, instituições, que usam a comunicação nesse sentido.

Há muitas coisas a descobrir, as vezes é difícil encontrar uma pessoa da Igreja para conceder uma entrevista, parece que tem medo de jornalista. Eu acho que tem mesmo algumas pessoas, outras não, claro, são muito bem preparadas. Muitos tem medo porque não se prepararam, inclusive para saber ouvir o jornalista e responder à pergunta que ele faz. Irmãos no episcopado que inclusive, eu já vi alguns maltratarem pessoas da imprensa, porque fazem perguntas que são as vezes difíceis de serem respondidas, e em vez de responder, agride o jornalista. 

Uma outra razão não é porque não se prepararam, mas é porque há, digamos assim, um excessivo recolhimento da mensagem de Jesus. A Igreja consegue falar muito mais para dentro de si mesma, do que para fora. E isso é muito ruim para toda e qualquer instituição, ainda mais para a Igreja. Quando ela se especializa em falar para dentro, só para os iniciados, só para os seus, ela está se recusando, na realidade, de fato, a estabelecer diálogo com o mundo, as lideranças, está se negando a interagir com forças que são humanizadoras e estão dentro da sociedade. Uma postura realmente muito ruim, que revela que a pessoa se habituou e escolheu falar só para dentro e fechar o microfone para fora. 

A mensagem do Papa Francisco fala sobre uma realidade muito presente no mundo, inclusive no Brasil. Trata-se daquilo que chama insídias na web, presente na grande mídia, mas também na mídia da Igreja, onde a gente vê certos grupos cristãos, católicos, que muitas vezes se colocam inclusive como exemplo, não procuram o debate e insistem no insulto contra o Papa Francisco, contra a CNBB, contra a própria Igreja. O que deveria ser feito para superar essas atitudes e para descobrir àquilo que o Papa Francisco chama de oportunidades, incentivando o diálogo e gerando debates positivos nos meios de comunicação católicos? 

Com toda liberdade, e eu preciso dizer isso, e digo muito consciente, de maneira muito sóbria, que não podem ser chamados de católicos aqueles que praticam aquilo que você acaba de dizer. Inclusive, cheios de se mesmos, ensimesmados, se apresentam como melhores do que os outros, sabedores de tudo. Eu vejo algumas pessoas falando em veículos de comunicação, até de inspiração católica, como se fossem os doutores, sabedores de todas as leis e normas, quando eles tomam a palavra, em primeiro lugar, ficam atrás do cumprimento da lei, da norma, pessoas que direta ou diretamente agridem ou recusam o Magistério do Papa Francisco, que aliás já colaborou com todo o corpo da Doutrina Social da Igreja, com Querida Amazônia, com Laudato Si’, com Fratelli tutti, que estão contra o Papa, e fazem questão até de ridicularizar do Magistério do Papa, essas pessoas não podem ser chamadas de católicos, em realidade não são.

Embora se apresentem assim, precisamos entender claramente que a Igreja deveria tomar, eu acho que está começando a fazer isso, tomar medidas muito claras, não tanto para fazer uma disputa de informação, de comunicação, não é debate de ideias, de projeto, do Evangelho, da forma de viver a vida cristã. A igreja precisa tomar medidas no seu interno, até mesmo canônicas, algumas no campo da justiça civil, por causa de calúnia, de difamação.

Papa não se abate com essas questões, é um homem iluminado pelo Espírito, mesmo sofrendo essas calúnias, difamações, até mesmo por gente da hierarquia da Igreja, ele consegue dormir em paz. Ele está propondo exatamente aproveitar as oportunidades para expandir, pela web, por outros veículos de comunicação, expandir o Reino de Deus. A tecnologia digital, ela não pode ser demonizada. O Papa faz críticas sérias, porque frequentemente, os veículos de comunicação, as redes sociais, que alguém já chamou de terra de ninguém, terra sem lei, ou como já falou outro grande pensador, com o advento da internet, mesmo que a expressão possa ser feia ou agressiva, os idiotas ganharam um espaço, um palco muito grande.

Papa faz críticas sérias a isso, mas o Papa reconhece o valor que as redes sociais tem, e por isso que ele diz, vamos aproveitar as oportunidades. O Papa diz que é um instrumento formidável, fora do normal, e a gente pode crescer e disfrutar dessa tecnologia, desses veículos de comunicação, para fazer verdadeira comunicação.

A comunicação, como tudo aquilo que é feito na Igreja, tem como missão fundamental testemunhar o Evangelho. O que os veículos de comunicação da Igreja no Brasil deveriam fazer para chegar naqueles que estão fora da Igreja, naqueles que estão afastados, pensando sobretudo nos mais jovens?

São várias coisas e uma remete à outra. Uma delas é melhorar a linguagem, a Igreja tem preferido falar para dentro, e isso é perigoso, porque a gente corre o risco de estagnar a caminhada da Igreja, ela só fala para se mesma. E a Igreja tem um anúncio a ser feito, por obrigação, que é o anúncio do Evangelho do Reino, essa é a sua missão, é a mesma missão de Jesus, que ela não pode abrir mão dele. Se ela fala só para dentro, ela se sente incapaz de encontrar as linguagens adequadas, e a linguagem para os que estão fora, deve ser outra, a linguagem para os mais jovens, outra, a linguagem para os que são parte de comunidades muito específicas, que compõe vários segmentos da sociedade, outras linguagens. 

A gente precisa exercitar linguagens diferentes, são aprendizados. Exercitar significa fazer o exercício várias vezes, ir repetindo, aprimorando, reelaborando, até conseguir um entendimento entre a mensagem que nós temos a anunciar, que é o Reino, e aqueles que estão abertos a acolher este anuncio.

Segunda coisa a ser feita, que é muito importante, entender que quem pratica a comunicação pelos meios católicos, precisa comungar com a Igreja, estar em comunhão com a Igreja. Quando um veículo de comunicação, uma TV, por exemplo, está muito distante daquilo que a Igreja está orientando, que a Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil está orientando, quando está distante na comunicação, está distante na vida. Quando aquele grupo, no fundo, não aceita a orientação da Igreja, faz a comunicação com seu projeto pessoal e não com o projeto da Igreja.

Terceira coisa é fazer com que as pessoas da comunicação entendam que se a comunicação não estiver de fato comprometida, ela não liberta, ela não revela a verdade, os valores do Evangelho, da justiça e da paz, ela se torna passiva e aliena. Alienar é cuidar do seu mundinho, até ajuntando pessoas ao redor do seu mundinho, mas desocupar-se dos outros, aquela pessoa individualmente com o qual eu preciso relacionar-me, aquele grupo ao qual pertenço, que eu preciso estabelecer relações com ele. Os outros são também a coletividade, a comunidade, a sociedade, a humanidade.

Se os comunicadores católicos não entenderem que a comunicação precisa sempre libertar, seguramente, ela estará alienando as pessoas. A questão da linguagem, a questão do posicionamento, assim como eu penso que a comunicação não deve ser neutra, mas ela tem que se comprometer, ela tem um lado, a comunicação, ela também não deve ser genericamente verdadeira, mas ela deve revelar a verdade dos pequenos e dos pobres. Diante da chacina do Jacarezinho no Rio de Janeiro, escuta a polícia, ela vai dizer uma verdade, entre aspas. Escuta a população, a família que estava lá, eles vão dizer uma outra verdade. Que verdade você vai colocar no ar, que verdade você vai publicar, que verdade você vai transmitir pelo rádio, que verdade o comunicador católico dirá?

Se você pergunta para um grande fazendeiro a visão que ele tem da Amazônia, e pergunta para uma comunidade local, autóctone, que vive dentro da Amazônia, são coisas completamente distintas. A comunicação, assim como ela não é neutra, ela também não pode ser genericamente verdadeira, ela precisa preocupar-se da verdade dos pobres, da verdade dos oprimidos, da verdade dos despojados, da verdade dos excluídos, como parte dessa verdade. Porque é essa verdade aí, que acolhe a verdade que Jesus anuncia sobre a pessoa humana, homens e mulheres, é essa verdade que acolhe.

 

Missas pelos comunicadores marcarão o Dia Mundial das Comunicações Sociais (Foto: Vatican News)

Mas também não pode ser passiva, aí alguém vai dizer, olha está estimulando o ódio. A comunicação, ela deve ser terminantemente defensora, lutadora pela vida, ela não espera as coisas acontecerem. O processo de comunicação que é feito, praticado pela Igreja, cada assessoria de comunicação de cada diocese, da CNBB, do Celam, da Igreja no mundo inteiro, essas pessoas todas precisam entender que a comunicação não é passiva, a comunicação é pacífica, ela pacifica, ela constrói a paz, mas ela não é passiva. Ela ajuda a construir a paz sendo lutadora pela vida e lutadora pela paz. Precisa arregaçar as mandar, uma comunicação que é aguerrida na construção, na implantação dos valores do Reino.

Há muito que fazer, temos que crescer muito, nas nossas TVs, rádios, que são cerca de 1.400 no Brasil, rádios católicas, sobretudo nas redes sociais, que é o que hoje é mais utilizado, está acessível para muitas pessoas. Eu acredito muito na comunicação, agora, eu tenho a consciência de que tudo o que a gente faz de comunicação como Igreja no presente momento, é apenas, apenas, o grãozinho de areia na praia. Temos muitas coisas ainda a praticarmos na comunicação para que ela esteja a serviço da vida.

 

Leia mais

fonte: http://www.ihu.unisinos.br/609313-dom-mol-na-igreja-do-brasil-a-comunicacao-ela-nao-deve-ser-neutra


Presidente de la Comisión de Comunicación de la CNBB, Mons. Joaquim Mol: “La Iglesia consigue hablar mucho más dentro de sí misma que fuera”

Mons. Joaquim Mol Guimarães
Mons. Joaquim Mol Guimarães
 
“Hay que hacer un esfuerzo para entender que la comunicación no debe ser neutral” 
“Tengo la impresión de que hay un exceso de formalidad en la vivencia de la fe cristiana, lo que significa buscar excesivamente ser políticamente correcto en todos los aspectos” 
“El Papa reconoce el valor que tienen las redes sociales, y por eso dice, aprovechemos las oportunidades. El Papa dice que es un instrumento formidable, fuera de lo común, y que podemos crecer y disfrutar de esta tecnología, de estos vehículos de comunicación, para hacer una verdadera comunicación”
“La Iglesia ha preferido hablar hacia adentro, y esto es peligroso, porque corremos el riesgo de estancar el camino de la Iglesia”

 

 

JMCS
 

 

Con motivo de la 55ª Jornada Mundial de las Comunicaciones Sociales, entrevistamos a Mons. Joaquim Giovani Mol Guimarães, presidente de la Comisión Episcopal Pastoral para la Comunicación de la Conferencia Nacional de Obispos de Brasil (CNBB).

El Obispo Auxiliar de Belo Horizonte, analiza el mensaje del Papa Francisco para este día, diciendo que “no podemos hacer comunicación, y más aún comunicación de la Iglesia, desde el despacho, desde la oficina, porque la comunicación no es la recolección de información pura y dura”. La comunicación “no debe ser neutra”, según Mons. Mol, destacando la valentía de muchos periodistas “para hacer un reportaje que genere una nueva conciencia”.

Poniendo como ejemplo al Papa Francisco, el obispo insiste en la necesidad de ser “intrépidos en lo que hablamos, en los valores que predicamos, que nacen del Evangelio, de la persona de Jesús”. Defiende la necesidad de que la Iglesia invierta más en comunicación y advierte “que quienes practican” la insidia en la comunicación, incluso contra el Papa Francisco, no pueden llamarse católicos. Para Mons. Mol es necesario en la comunicación de la Iglesia cuidar los lenguajes, estar en comunión con la Iglesia, comprometerse, liberar y no ser pasiva.

En la 55ª Jornada Mundial de las Comunicaciones Sociales, el Papa Francisco nos llama a comunicar saliendo al encuentro de las personas donde están y como están. ¿Qué significa esto para la comunicación de la Iglesia?

Creo que es una intuición muy interesante y contemporánea del Papa Francisco, es decir, es una exigencia de los tiempos actuales. No se puede hacer comunicación, y más aún la comunicación en la Iglesia, desde la oficina, desde el despacho, porque la comunicación no es una simple recogida de información. La comunicación requiere el establecimiento de una relación con los demás. Por eso el Papa Francisco, creo que, de forma muy perspicaz, dice que hay que ir. Ven y verás, tenemos que ir al encuentro de la gente.

Es en este encuentro donde obtenemos la información, los datos. Tenemos que entender que es una intuición muy bonita, a partir de un encuentro que se produce cuando vamos para ver, un encuentro de personas con personas, es que luego hacemos comunicación, y a partir de la comunicación también informamos a toda la sociedad.

 

Dom Joaquim Mol Guimarães

 

En el mensaje del Papa Francisco, agradece la valentía de muchos periodistas que, asumiendo ese valor de ir al encuentro, ayudan a dar a conocer los abusos e injusticias contra los pobres y contra la creación. ¿Cómo debería moldearse esto, si no se está moldeando ya, en la comunicación de la Iglesia, especialmente en Brasil?

Esto debe ser moldeado en la Iglesia de Brasil, principalmente por un esfuerzo que hay que hacer, un esfuerzo para entender que la comunicación no debe ser neutral. La comunicación neutral, que muchos pretenden hacer, es una comunicación que, pretendiendo no tener ningún bando, acaba posicionándose a favor del bando de los que tienen más poder, poder político, poder económico y cualquier tipo de poder, incluido el religioso.

Para moldear esto en la práctica eclesial brasileña, es necesario entender que la comunicación debe ser comprometida, un compromiso con el otro, un compromiso con la posibilidad, que debe ser alimentada por la propia comunicación, de una nueva sociedad, no una sociedad con remiendos, en la que todo permanece más o menos como está, sino otra sociedad posible.

Me gusta mucho un pensador camerunés, negro, historiador, filósofo, Achille Mbembe. Dice que la era del humanismo se ha acabado, y se ha acabado porque nada indica que el poder, por ejemplo, de Estados Unidos sobre muchos otros países, se vaya a enfriar, que en muchos países vaya a cesar la persecución y el asesinato de negros. El humanismo se acabó porque la Franja de Gaza es la mayor prisión al aire libre del mundo. El humanismo se acaba porque el hambre aumenta, porque la desigualdad es cada vez mayor, es decir, más pobres, sin recursos para defenderse y vivir con dignidad, mientras una minoría, cada vez más pequeña en el mundo, tiene cada vez más. Aquí hay una indicación muy interesante de Thomas Piketty, quien escribió “El Capital del Siglo XXI”, donde hizo un análisis del impuesto a la renta en varios países, donde dice que la desigualdad ha llegado a un nivel que es difícil de resolver ahora.

La comunicación no puede existir de forma neutral, debe comprometerse con la posibilidad de una nueva sociedad. Por eso el Papa eligió a muchos periodistas, el mensaje del Papa utiliza la palabra muchos periodistas, no todos, porque hay periodistas que están para mantener el statu quo, y son famosos, ganan mucho dinero con el periodismo, pero no están al servicio de lo que dice el Papa. Me parece interesante que mencione a otros profesionales de la comunicación, camarógrafos, editores, cineastas, que trabajan, incluso sufren grandes riesgos, y que están ahí para mejorar la sociedad, defender la condición humana, mostrar las desigualdades, defender el derecho de los pobres, los derechos humanos, etc.

Hay muchos periodistas que lo hacen, y lo hacen con competencia, y lo hacen con mucho amor, porque incluso se arriesgan muchas veces, de hecho, para hacer un reportaje que genere una nueva conciencia. Junto con el Papa, hay que agradecer también la valentía de muchos periodistas. 

 

Comunicaciones sociales

 

Dice que no se puede comunicarse sin compromiso. Podríamos decir que el Papa Francisco es alguien que con sus palabras siempre muestra el camino a seguir, y generalmente no deja indiferente a nadie, recibiendo alabanzas y ataques, muchas veces despiadados. ¿Cómo debe estar presente el ejemplo del Papa Francisco en la vida de los periodistas, de los comunicadores, pero también en la vida de todos los bautizados, de la jerarquía, de los obispos, que suelen ser los más escuchados dentro de la Iglesia?

Tenemos que revisar nuestra forma de seguir a Jesús. La cuestión de ser, siguiendo el ejemplo del Papa Francisco, intrépidos en lo que decimos, en los valores que predicamos, que nacen del Evangelio, de la persona de Jesús, la paz, la justicia del Reino, el perdón. Tengo la impresión de que hay un exceso de formalidad en la vivencia de la fe cristiana, lo que significa buscar excesivamente ser políticamente correcto en todos los aspectos. Y luego, por supuesto, la comunicación que hagamos nunca será como la del Papa Francisco, que no teme ser calumniado, maltratado sin piedad, atacado irrespetuosamente, sin educación, en todos los sentidos.

Si nosotros como Iglesia, los ministros ordenados, nosotros los obispos, los sacerdotes, los diáconos, los seminaristas, los que están en proceso de formación, no incorporamos en nuestra vivencia de la fe esta intrepidez, porque somos seguidores de Jesucristo Crucificado, Resucitado, incluso después de haber anunciado el Reino de Dios, no avanzaremos. El Papa Francisco dice que la Iglesia tiene que ser como un hospital de campaña, y como hospital de campaña la Iglesia no puede preocuparse por estar bien vestida. Se pasa esta imagen, y no la de alguien que tiene sus manos en el otro, sus manos en la carne del otro, en la herida del otro, en el dolor del otro, del otro individual y del otro colectivo.

Por lo que he leído y escuchado, este es uno de los peores momentos para las comunidades indígenas de Brasil, porque los indígenas han sido elegidos como enemigos del Gobierno Federal de Brasil, y todos los que están de su lado. Si la Iglesia no se acerca y pone la mano en la carne indígena, en el dolor indígena, en el sufrimiento de cada uno de ellos, y así con tantos otros pueblos, tantos otros segmentos de la sociedad, va a hacer una comunicación lineal, no tiene altos ni bajos, no tiene nada que ver con la vida, que está llena de altibajos.

En resumen, tenemos que convertirnos a Jesucristo. La verdadera comunicación en la Iglesia brotará ciertamente, frondosa, exuberante, de las personas convertidas a Jesucristo. Esto es bueno para los laicos y para nosotros, los ministros ordenados. Esta conversión a Él, a la centralidad de su mensaje en nuestras vidas, es fundamental.

Nos damos cuenta de que muchas veces los ministros ordenados tienen cierto miedo a los periodistas. ¿Es la Iglesia de Brasil, la jerarquía brasileña, realmente consciente del poder de la comunicación para poder dar testimonio de la Buena Noticia del Evangelio?

No es plenamente consciente de ello, del poder de la comunicación. Puedo decir esto bajo el aspecto de la inversión, muchos no invierten en esto. Muchas cosas en el campo de la comunicación son precarias, incluidos los equipos de comunicación importantes. No es que sean caros, pero es una cuestión de elección, como si se invirtiera en algo que no merece la pena. Y esto tiene un efecto secundario terrible. Hay segmentos de la Iglesia que descubren que la comunicación es importante y utilizan la comunicación y las herramientas de comunicación para hacer un anuncio extraño del Evangelio. Tenemos un buen número de cristianos católicos fundamentalistas, que se han convertido en influencers digitales, que salen incluso en la televisión, etc. Son formados, son preparados por personas, católicas, que utilizan la comunicación, pero la utilizan para esto, para formar fundamentalistas. Sabemos que en Brasil hay muchas personas así, sacerdotes, instituciones, que utilizan la comunicación en este sentido.

Hay muchas cosas que descubrir, a veces es difícil encontrar a una persona de la Iglesia que conceda una entrevista, parece que tienen miedo de los periodistas. Creo que algunos tienen miedo, otros no, por supuesto, están muy bien preparados. Muchos tienen miedo porque no se han preparado, ni siquiera para saber escuchar al periodista y responder a la pregunta que les hace. Hermanos en el episcopado, he visto incluso que algunos maltratan a la prensa porque hacen preguntas que a veces son difíciles de responder, y en lugar de responder, atacan al periodista.

Otra razón no es porque no se hayan preparado, sino porque hay, por así decirlo, un excesivo retraimiento del mensaje de Jesús. La Iglesia consigue hablar mucho más dentro de sí misma que fuera. Y esto es muy malo para cualquier institución, más aún para la Iglesia. Cuando se especializa en hablar hacia adentro, sólo a los iniciados, sólo a los suyos, se está negando, en realidad, de hecho, a establecer un diálogo con el mundo, con los liderazgos, se está negando a interactuar con las fuerzas que se humanizan y están dentro de la sociedad. Es una actitud muy mala, que revela que la persona se ha acostumbrado y ha elegido hablar sólo para el interior y cerrar el micrófono al exterior.

 

Comunicaciones

 

El mensaje del Papa Francisco habla de una realidad muy presente en el mundo, incluido Brasil. Se trata de lo que llama insidias en la web, presentes en los grandes medios de comunicación, pero también en los medios de la Iglesia, donde vemos a ciertos grupos cristianos, católicos, que muchas veces se ponen como ejemplo, no buscan el debate e insisten en insultar al Papa Francisco, a la CNBB, a la propia Iglesia. ¿Qué hay que hacer para superar estas actitudes y descubrir lo que el Papa Francisco llama oportunidades, fomentando el diálogo y generando debates positivos en los medios de comunicación católicos?

Con toda libertad, y debo decir esto, y lo digo muy conscientemente, de manera muy sobria, que los que practican lo que acabas de decir no pueden llamarse católicos. Incluso llenos de sí mismos, ensimismados, se presentan como mejores que los demás, sabiéndolo todo. Veo que algunas personas que hablan en medios de comunicación, incluso de inspiración católica, como si fueran los doctores, conocedores de todas las leyes y normas, cuando toman la palabra, en primer lugar, se ponen detrás del cumplimiento de la ley, de la norma, personas que directa o directamente atacan o rechazan el Magisterio del Papa Francisco, que por cierto ya ha colaborado con todo el cuerpo de la Doctrina Social de la Iglesia, con Querida Amazonía, con Laudato Si’, con Fratelli tutti, que están en contra del Papa, e incluso se empeñan en ridiculizar el Magisterio del Papa, esta gente no se puede llamar católica, en realidad no lo son.

Aunque se presenten así, hay que entender claramente que la Iglesia debe tomar, creo que empieza a hacerlo, medidas muy claras, no tanto para hacer una disputa de información, de comunicación, no es un debate de ideas, de proyecto, de Evangelio, de forma de vivir la vida cristiana. La Iglesia necesita tomar medidas internas, incluso canónicas, algunas en el ámbito de la justicia civil, por la calumnia, la difamación.

Al Papa no le molestan estas cuestiones, es un hombre iluminado por el Espíritu, aunque sufra estas calumnias, injurias, incluso por parte de personas de la jerarquía de la Iglesia, puede dormir tranquilo. Precisamente propone aprovechar las oportunidades de expansión, a través de la web, a través de otros medios de comunicación, para expandir el Reino de Dios. La tecnología digital, no puede ser demonizada. El Papa hace serias críticas, porque muchas veces, los medios de comunicación, las redes sociales, que alguien ya ha llamado tierra de nadie, tierra sin ley, o como dijo otro gran pensador, con la llegada de Internet, aunque la expresión sea fea o agresiva, los idiotas han ganado un espacio, un escenario muy grande.

El Papa hace serias críticas a esto, pero el Papa reconoce el valor que tienen las redes sociales, y por eso dice, aprovechemos las oportunidades. El Papa dice que es un instrumento formidable, fuera de lo común, y que podemos crecer y disfrutar de esta tecnología, de estos vehículos de comunicación, para hacer una verdadera comunicación.

 

Jornada comunicaciones

 

Como todo lo que se hace en la Iglesia, la misión fundamental de la comunicación es dar testimonio del Evangelio. ¿Qué deben hacer los medios de comunicación de la Iglesia en Brasil para llegar a los que están fuera de la Iglesia, a los que están alejados, pensando sobre todo en los jóvenes?

Hay varias cosas, y una se remonta a la otra. Una de ellas es mejorar el lenguaje, la Iglesia ha preferido hablar hacia adentro, y esto es peligroso, porque corremos el riesgo de estancar el camino de la Iglesia. Y la Iglesia tiene un anuncio que hacer, por obligación, que es el anuncio del Evangelio del Reino, esta es su misión, es la misma misión de Jesús, y no puede renunciar a ella. Si sólo habla para el interior, se siente incapaz de encontrar lenguajes adecuados, y el lenguaje para los de fuera debe ser otro, el lenguaje para los más jóvenes, otro, el lenguaje para los que forman parte de comunidades muy específicas que conforman diversos segmentos de la sociedad, otros lenguajes.

Hay que ejercitar diferentes lenguajes, son aprendizajes. Ejercitarse significa hacer el ejercicio varias veces, repetirlo, mejorarlo, reelaborarlo, hasta llegar a un entendimiento entre el mensaje que tenemos que anunciar, que es el Reino, y los que están abiertos a recibir este anuncio.

Lo segundo, que es muy importante, es comprender que quienes practican la comunicación a través de los medios católicos necesitan comulgar con la Iglesia, estar en comunión con la Iglesia. Cuando un vehículo de comunicación, una televisión, por ejemplo, está muy distante de lo que orienta la Iglesia, de lo que orienta la Conferencia Nacional de los Obispos de Brasil, cuando está distante en la comunicación, está distante en la vida. Cuando ese grupo, en el fondo, no acepta la orientación de la Iglesia, comulga con su proyecto personal y no con el proyecto de la Iglesia.

Lo tercero es hacer entender a los comunicadores que, si la comunicación no es verdaderamente comprometida, no libera, no revela la verdad, los valores del Evangelio, la justicia y la paz, se vuelve pasiva y aliena. Enajenar es ocuparse de su mundo, incluso reunir a la gente en torno a su mundo, pero despreocuparse de los demás, de esa persona individual con la que necesito relacionarme, de ese grupo al que pertenezco, con el que necesito establecer relaciones. Los otros son también la colectividad, la comunidad, la sociedad, la humanidad.

Si los comunicadores católicos no entienden que la comunicación debe ser siempre liberadora, seguramente alejarán a la gente. La cuestión del lenguaje, la cuestión del posicionamiento, al igual que pienso que la comunicación no debe ser neutra, sino que tiene que estar comprometida, tiene un lado, la comunicación tampoco debe ser genéricamente verdadera, sino que debe revelar la verdad de los pequeños y de los pobres. Ante la masacre de Jacarezinho en Río de Janeiro, si se escucha a la policía, ellos dirán una verdad, entre comillas. Si se escucha a la población, a la familia que estaba allí, ellos dirán otra verdad. ¿Qué verdades pondrán en el aire, qué verdades publicarán, qué verdades transmitirán en la radio, qué verdades dirá el comunicador católico?

Si le preguntas a un gran terrateniente la visión que tiene de la Amazonía, y le preguntas a una comunidad local, autóctona, que vive dentro de la Amazonía, son cosas completamente diferentes. La comunicación, al igual que no es neutra, tampoco puede ser genéricamente verdadera, necesita ocuparse de la verdad de los pobres, de la verdad de los oprimidos, de la verdad de los desposeídos, de la verdad de los excluidos, como parte de esta verdad. Porque es esta verdad, que acoge la verdad que Jesús anuncia sobre la persona humana, hombres y mujeres, es esta verdad que acoge.

Pero tampoco puede ser pasiva, entonces alguien dirá, mira, estás estimulando el odio. La comunicación debe ser una defensora, una luchadora por la vida, no espera a que las cosas sucedan. El proceso de comunicación que se hace, que practica la Iglesia, todas las oficinas de comunicación de todas las diócesis, de la CNBB, del Celam, de la Iglesia en todo el mundo, todas estas personas necesitan entender que la comunicación no es pasiva, la comunicación es pacífica, construye la paz, pero no es pasiva. Ayuda a construir la paz siendo una luchadora por la vida y una luchadora por la paz. Necesita remangarse, una comunicación decidida en la construcción, en la aplicación de los valores del Reino.

Hay mucho que hacer, tenemos que crecer mucho, en nuestras televisiones, radios, que son cerca de 1.400 en Brasil, radios católicas, sobre todo en las redes sociales, que es lo que más se utiliza hoy en día, es accesible a muchas personas. Creo mucho en la comunicación, pero soy consciente de que lo que hacemos en comunicación como Iglesia en este momento es sólo un grano de arena en la playa. Todavía tenemos muchas cosas que practicar en la comunicación para que esté al servicio de la vida.

https://www.religiondigital.org/luis_miguel_modino-_misionero_en_brasil/Mons-Joaquim-Mol-Iglesia-consigue_7_2341635832.html

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *