IHU
Foi realizado, entre entre os dias 4 e 6 de maio, o Seminário Internacional: Tragédia Brasileira: Risco Para a Casa Comum?.
A reportagem é publicada por Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC, 08-05-2021.
O evento foi promovido pela Comissão Brasileira Justiça e Paz – CBJP, Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC, Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE, Fundação Luterana de Diaconia – FLD, Fórum Ecumênico ACT-BRASIL, Instituto Humanitas Unisinos – IHU, Pastorais Sociais da CNBB, #RespiraBrasil, com apoio do ISER, PAD, CRB e REPAM Brasil.
Objetivo
O objetivo central do Seminário foi analisar o cenário atual de colapso nos sistemas de saúde e de descaso com as políticas sanitárias referenciadas pela ciência, de modo a entender quais riscos o quadro presente pode representar (ou não) para o planeta como um todo – a nossa Casa Comum.
Estratégias e ação identificadas:
O Seminário identificou algumas estratégias de ação, entre elas, destacam-se:
Alianças internacionais:
1. Ampliar e fortalecer a Campanha contra o acordo União Europeia e Mercosul, a exemplo do que foi a Aliança contra a ALCA;
2. Transformar a agroecologia em bandeira internacional;
3. Assumir internacionalmente a defesa de territórios, conectando as lutas dos diferentes povos.
Estratégias e ações nacionais:
1. Buscar uma organização sócioeconomica que garanta vida boa para todos e todas, em equilíbrio com a natureza;
2. Distribuição de riqueza e renda, como forma de combater a desigualdade social;
3. Fortalecer as iniciativas contrárias à privatização dos bens da natureza (florestas, água, biodiversidade, sementes, minérios), que precisam estar a serviço do bem comum;
4. Pensar e praticar um novo relacionamento com a natureza e isso implica: mudança na matriz energética, nas práticas consumistas, no uso de agrotóxicos, na mudança de hábitos alimentares e na adoção do desmatamento zero;
5. A busca permanente de uma sociedade igualitária. Aonde todos os cidadãos tenham os mesmos direitos e oportunidades;
6. Fortalecer o SUS, pois a saúde é um direito de todos;
7. Construir um estado democrático, para que seja zelador dos interesses da maioria e esteja subordinado à participação popular, através de suas muitas formas organizativas. Radicalizar a democracia;
8. Nosso projeto precisa garantir a soberania nacional sobre nosso território, nossa economia, nosso futuro. E ele começa com o respeito à soberania territorial, cultural, espiritual dos povos ancestrais, indígenas e negros que formam nosso povo;
9. A agricultura deve estar calcada na função principal de produzir alimentos saudáveis para todos e todas;
10. Organizar a soberania alimentar, que é a capacidade do povo, em cada território, de produzir todos os alimentos necessários;
11. Respeitar a diversidade cultural, religiosa e de orientação sexual, combatendo o patriarcado e todas as formas de opressão e discriminação;
12. O desenvolvimento das forças produtivas deve ter como objetivo sempre a melhoria das condições de vida de todo povo. Que é diferente do simples crescimento do PIB;
13. Cultivar os valores humanistas da solidariedade, igualdade e justiça social como elementos de um verdadeiro novo pacto social civilizatório de nosso modo de vida coletivo.
Quem não viu as palestras, pode conferi-las a seguir.
Primeiro dia
Segundo dia
Terceiro dia
Documentos apresentados pelos conferencistas
– Magali Cunha (primeiro dia). Disponível aqui.
– Luiz Marques (segundo dia). Disponível aqui.
– Peter Prove (terceiro dia). Disponível aqui.
– Aída Cristina do Nascimento Silva (terceiro dia). Disponível aqui.
– João Pedro Stédile (terceiro dia). Disponível aqui.
– Romi Bencke (terceiro dia). Disponível aqui.
Leia mais
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