Dom Walmor critica gestão de Bolsonaro na pandemia: ‘momento exige o coro dos lúcidos’

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil  (CNBB) e arcebispo metropolitano de Belo Horizonte,  dom  Walmor Oliveira de Azevedo, criticou a gestão  da  pandemia do novo coronavírus conduzida pelo governo federal. Para o arcebispo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) subestimou a doença, contribuindo para que muitos não cumprissem as medidas de prevenção.

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“Sem generalizado senso de corresponsabilidade, o país sofreu com explosões de casos e aumento da pobreza, pois o descontrole da pandemia agrava suas consequências na economia. Considera-se a necessidade de um consistente programa de vacinação, exigindo superação de desgovernos e politização abomináveis. O momento exige o coro dos lúcidos”, declarou o arcebispo em entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo.

O presidente da CNBB ainda revelou que a Igreja Católica contabiliza 21 mortes de padres pela Covid-19, segundo a Comissão Nacional de Presbíteros. Ele admite,  contudo,  que o número pode ser bem maior, se considerados missionários e membros de comunidades católicas.

Na entrevista, dom Walmor afirma que a CNBB está aberta ao diálogo ao governo federal, mas que isso não aconteceu plenamente. Para o arcebispo, os resultados das eleições 2020 mostram que o eleitor que fugir de polarizações: ‘o povo não tolera extremismos, seja de que lado for’, disse.

Na entrevista, concedida à repórter Anna Virginia Balloussier, o presidente da CNBB esquivou-se de comentar diretamente o caso do arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira Correia, investigado por suposto abuso sexual.  Dom Walmor criticou pré-julgamentos e diz confiar na verdade dos fatos.  “Temos presente o que nos diz o apóstolo Paulo escrevendo aos Coríntios: ‘Se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele'”, disse.

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